Alvo de operação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), a Associação Casa de Guimarães, responsável por eventos e projetos culturais, recebeu do governo de Mato Grosso pelo menos R$ 33 milhões entre 2011 e 2018. A empresa é suspeita de cometer fraudes em contratos e alvo ontem da Operação Pão e Circo.
Segundo o Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan), alimentado pelo próprio governo, foram pagas ordens bancárias referentes a projetos culturais bancados pelo governo, como: o FIFA Fan Fest, realizado em 2014; a Feira Internacional de Turismo do Pantanal (FIT Pantanal); atrações culturais nas Olimpíadas de 2016; administração de museus; apoio financeiro para publicação de livros; apoio financeiro para realização de projetos do governo na Expoagro/Cuiabá.
A operação “Pão e circo” cumpriu apenas mandados de busca e apreensão em Cuiabá e Chapada dos Guimarães, a 65 km da capital. Não houve mandados de prisão. A operação se baseia em investigações sobre uma suposta organização criminosa instalada para desviar recursos públicos em contratos firmados entre a associação e o governo de Mato Grosso, entre os anos de 2011 a 2018.
De acordo com o Gaeco, as buscas e apreensões de documentos têm finalidade de obter provas para sustentar investigações em curso. Além do crime de organização criminosa, também há indicativos da prática de peculato, falsidade ideológica, fraude em licitações e lavagem de capitais.
Por meio de assessoria, o Governo do Estado afirmou que nenhum mandado foi cumprido em órgão governamental.