Devido ao clima de insegurança que se instalou em Mato Grosso desde a última sexta-feira (10), quando criminosos ordenaram ataques de dentro de unidades prisionais, a secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) reforçou o policiamento nas principais cidades do Estado e também tem repassado orientações para diversos segmentos.
Em Rondonópolis, a única empresa de transporte coletivo tem trabalhado com cautela e até recolhido veículos mais cedo para o pátio por questões de segurança. “Na sexta-feira todos os ônibus estavam na garagem às 21h. No sábado, às 18h30 os veículos retornaram. No domingo os ônibus circularam até às 21h. Nós estamos seguindo orientações da polícia”, contou Paulo Sérgio da Silva, gerente da Cidade de Pedra.
Apesar de relatos de passageiros de que os ônibus também pararam mais cedo anteontem (13), o gerente reforçou que a frota está circulando normalmente, mas que a empresa está seguindo a programação da polícia, podendo recolher os veículos assim que solicitado.
TENSÃO CONTINUA
Os agentes penitenciários decidiram na tarde de ontem (14), em assembleia geral, pela continuidade da greve. Porém, as visitas no sistema prisional serão mantidas, conforme acordo firmado entre Estado e categoria, junto ao Tribunal de Justiça (TJMT), para evitar que novos ataques orquestrados de dentro de unidades aconteçam em Mato Grosso.
O clima esquentou entre categoria e Governo do Estado após declarações públicas do secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, responsabilizando os agentes prisionais pelos ataques promovidos por criminosos na região metropolitana e também no interior.
Os agentes, na assembleia acalorada, lembraram que o terror vivenciado pela população é o mesmo que eles passam diariamente nas unidades prisionais com pouca estrutura e deficit de servidores. Enquanto a greve prossegue, o clima de tensão continua nas unidades prisionais, e o secretário de Segurança admitiu que novos ataques ainda podem ocorrer.
Ontem, o Governo anunciou que os quatro homens apontados como líderes dos ataques no final de semana serão transferidos da Penitenciária Central do Estado (PCE) para uma penitenciária de segurança máxima, porém não revelou o destino.
