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, 19 maio 2024
 
 

João Arcanjo é condenado a mais de 44 anos de prisão

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Juíza Mônica Catarina Perri no instante da leitura da sentença
Juíza Mônica Catarina Perri no instante da leitura da sentença

O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, depois de quase dois dias de julgamento, foi condenado ontem (11), a 44 anos e dois meses de prisão em regime fechado pela morte do empresário Rivelino Jacques Brunini, que integrava uma rede de caça-níqueis no estado, e de Fauze Rachid Jaudy, em junho de 2002. O julgamento teve início na manhã da quinta-feira (10). Arcanjo e Brunini seriam sócios nesse esquema de máquinas caça-níqueis, o que a defesa do réu alegou durante todo o júri.
No julgamento, seis pessoas prestaram depoimento, sendo que o mais longo foi o da irmã de Brunini, Raquel Spadoni Jacques Brunini. Emocionada, ela chorou perante a juíza Mônica Catarina Perri, que conduziu o julgamento, e disse não restar dúvidas de que João Arcanjo mandou matar o empresário após um suposto conflito por causa da exploração de máquinas caça-níqueis em Mato Grosso na década passada. Raquel disse que a vida da família ficou destruída depois do assassinato. “No dia do assassinato, as crianças foram para a casa da avó. Tivemos que sair de Mato Grosso. Fomos ameaçados por telefone. Igual filme de terror. Fomos embora e até hoje vivo fora do país. Passaram 12 anos e até agora ninguém trouxe meu irmão de volta. Tudo por causa do desgraçado desse homem”, desabafou, durante o júri.
O promotor do Ministério Público Estadual (MPE), Vinícius Gahyva, na sustentação oral, disse ter absoluta certeza de que Arcanjo é o mandante do crime e citou as confissões dos ex-pistoleiros Célio Alves e Hércules Agostinho, já condenados pelo duplo homicídio. Hércules foi quem efetuou os disparos que atingiram e mataram o empresário e Célio teria dado cobertura ao crime.
Esse é o segundo júri popular que Arcanjo enfrenta. O primeiro foi em 2013 pela morte de Domingos Sávio Brandão, quando ele foi condenado a 19 anos de prisão. Ele está preso na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Porto Velho (RO).
Na data do duplo homicídio, as vítimas estavam em uma oficina mecânica localizada na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá, por volta de 15h, quando foram surpreendidas por Hércules de Araújo Agostinho, acusado de prestar serviços de pistolagem para Arcanjo.
Em uma motocicleta, Agostinho se aproximou e disparou contra Brunini e contra outros dois que o acompanhavam. Brunini morreu na hora após ser atingido por sete disparos. Era ele o alvo da ação, segundo o MP. No entanto, Rachid Jaudy acabou sendo atingido também e morreu em decorrência do ferimento. Por sua vez, também atingido na ação, Gisleno Fernandes, a terceira vítima, acabou sobrevivendo. Hércules já foi condenado a 45 anos de prisão pelo crime.
Pelo duplo homicídio e pela tentativa de assassinato, a Justiça já condenou neste ano o ex-pistoleiro de João Arcanjo, Célio Alves de Souza, e Júlio Bachs Mayada. Célio Alves foi condenado a 46 anos e 10 meses de prisão e Mayada recebeu sentença de 41 anos de prisão.

João Arcanjo negou envolvimento com os crimes
João Arcanjo negou envolvimento com os crimes

“MITO”
O advogado de Arcanjo nesse processo, Paulo Fabrinny, declarou que o julgamento foi do ‘mito’. “Quem foi julgado foi o ‘mito Arcanjo’ e não João Arcanjo Ribeiro e não foram consideradas as provas no processo”, disse. Segundo ele, não foram apresentadas provas que pudessem incriminar o cliente dele e, por causa disso, irá recorrer da decisão.
ARCANJO NEGA
Em seu interrogatório, realizado na noite de quinta-feira (10), João Arcanjo negou envolvimento com os crimes. Ele disse, inclusive, que chegou a ser convidado a participar do negócio envolvendo os caça-níqueis, mas que recusou a proposta por “não achar viável”. Arcanjo admitiu que era amigo de Júlio Bachs, apontado como um dos operadores dos caça-níqueis no Estado e suposto mentor do crime, e que ambos jogavam futebol duas vezes por semana.
O ex-bicheiro também se defendeu da acusação de que uma das provas de seu envolvimento era o fato de as máquinas conterem o símbolo de um colibri, o mesmo utilizado em uma das factorings dele. “Quando eu fiquei sabendo do símbolo, reclamei com o Jesus e o Rivelino. Tanto que, a partir disso, eles tiraram o símbolo e colocaram outro. Eu não tinha interesse nas máquinas, pois já explorava o jogo do bicho em Cuiabá”, disse.
Ele negou ter ficado furioso pouco antes da data do crime, quando teria mandado apreender as máquinas de Rivelino que estavam em um galpão. “Nunca existiu isso. Nunca mandei nem colocar nem retirar máquinas. Isso é um absurdo. Não tem porque eu ter feito isso. Eu conhecia o Rivelino, gostava dele”, defendeu Arcanjo.

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