–> LIBERADO –> ações da Polícia Federal, na Região Sul do Estado, tem o objetivo de combater o tráfico de drogas em sua origem. O propósito é desarticular as pessoas que ficam com o lucro do tráfico.
“O tráfico de droga sempre ocorre. O que a polícia tenta fazer é quebrar a organização criminosa. Combater o crime de tráfico em sua origem. Prender quem está recebendo o lucro dessa prática ilegal. O tráfico funciona como uma empresa. Tem o cara que leva a droga, o que vai receber e o que age com a venda. Se pegarmos o cabeça da organização, estaremos desarticulando uma organização”, externa o chefe da Delegacia de Polícia Federal em Rondonópolis, delegado Paulo Repetto.
Ele revela que o mercado de entorpecente é lucrativo para os líderes das organizações. “Mas, se é preso, responderá criminalmente e perderá sua liberdade. Os bens podem ser sequestrados pela Justiça. Além disso, existem os gastos com a defesa”, disse.
O delegado explica que, quanto mais a droga vai interiorizando nos estados, ultrapassando as barreiras, mais cara ela fica. “Temos feito várias operações de combate às drogas, como a ‘Operação Recreio’, voltada ao combate do tráfico na cidade de Rondonópolis; ‘Operação Xadrez’, voltada ao tráfico interestadual; ‘Operação Ouro Branco’, com foco ao combate do tráfico internacional de droga e, a mais recente, ‘Operação Raiz’ voltada ao combate do tráfico de drogas no presídio da Mata Grande”, repassa o delegado.
ROTA
Localizada próximo às divisas de Mato Grosso do Sul e de Goiás, no entroncamento da BR-163 com a BR-364, com acesso para todas as regiões do País, Rondonópolis acabou se transformando também como ponto estratégico para os traficantes de drogas.
Segundo Paulo Repetto, a droga que sai da Bolívia passa pela cidade de Cáceres e depois Cuiabá onde pode seguir pela rota de Primavera do Leste ou mesmo Rondonópolis, município que tem saída pela BR-163 para o estado de Mato Grosso do Sul, locais que têm rodovias que ligam ao Paraná, São Paulo ou Rio Grande do Sul. Outra opção dos traficantes é pela BR-364 que liga Mato Grosso a Goiás, onde tem saídas para Minais Gerais, Rio de Janeiro e outros estados.
O delegado Paulo Repetto conta que a cocaína, geralmente, têm origem na Bolívia. Já a maconha é produzida no Paraguai e entra por terra no Brasil, pelo Mato Grosso do Sul, e segue para os demais estados.
“A fiscalização no combate ao tráfico de entorpecentes é feita tanto pela Polícia Federal (PF), como pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), com trabalho ostensivo como realização de barreiras nos postos do Mineirinho, próximo a Itiquira e nos postos de Rondonópolis e Primavera do Leste”, disse o delegado.
De acordo com Paulo Repetto, o transporte da droga é descoberto por denúncias ou trabalho de investigação. “Nós vamos colhendo as informações durante um trabalho de inteligência até a descoberta da ação criminosa. Para tentar driblar a polícia, os envolvidos em crime de tráfico se utilizam de várias artimanhas para esconder a droga. Fazem compartimentos ocultos nas estruturas dos veículos, escondem entorpecente em capôs, carrocerias, lataria e tanque de combustível. Já vi até compartimento eletrônico onde se dá um comando para abri-lo”, repassou o delegado.
Antes de ser delegado, ainda como agente da Polícia Federal, Paulo Repetto recorda que em uma ação policial abordou uma mulher vestida de freira em um veículo, acompanhada de um senhor. “Ela estava toda trajada de religiosa. Tinha até uma carteirinha de freira, mas descobrimos que era um disfarce e localizamos uma quantidade de droga no automóvel”, relembrou.
