No varal
Do meu quintal
Estão meus trapos,
Prestes a secarem,
Prestes a se enxugarem.
Valoroso raio,
Quentura minuciosa
Que faz silenciosa
Toda falsa prosa…
Ali a poesia tinha valor,
Tinham nela, amor.
O povoado, mesmo com calor…
Bebia poema,
Fazia poema,
Cheirava poema,
Via até mesmo no sol, um poema…
Lá, poema era vida,
Poema era alegria,
Era aroma,
Naquele lugar vilarejo,
O local era mundo,
E o mundo não podia não ter sol…
Pois era, para aquela espécie humana,
farol.
E até um caracol
Tomando sol
Era motivo para
João e Maria escreverem,
Já de mania,
Uma poesia.
(*) Tatiane Michelly Rossi é administradora pela UFMT – Campus Rondonópolis. Artista na @tate_arte.