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, 5 outubro 2024
 
 

Inglês na telinha

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(*) by Jerry Mill

Houve um tempo em que os seres humanos se comunicavam somente através de gestos, sons e sinais. Embora longínquo, esse período serviu de base para que, geração após geração, chegássemos ao impressionante estágio de evolução tecnológica atual, que nos permite tanto a portabilidade quanto o acesso aleatório (e ilimitado?) a um universo de possibilidades de comunicação e interação com apenas um ou com milhões de pessoas simultaneamente, ainda que não necessariamente no mesmíssimo instante e com a mesma intenção.

No entanto, apesar de tamanho avanço, nem todas as pessoas têm exatamente liberdade e qualidade de acesso aos conteúdos informativos ou midiáticos que circulam via fibra ou satélite pelo planeta. Isso se deve às tarifas a serem pagas tanto aos governos (na forma de impostos) quanto às empresas do setor que cobram ou aceitam doações de seus assinantes ou seguidores. Nesse universo alienante com muito entretenimento e pouco conhecimento, o barato (ou o gratuito), cedo ou tarde, pode sair muito mais caro do que o previsto ou imaginado.

No Brasil, o maior conglomerado de comunicação é, sem dúvida, o Grupo Globo, ou Organizações Globo Participações S/A, que tem sob o seu comando emissoras de rádio e de TV (algumas nas categorias streaming e on demand), jornais impressos, editoras (de revistas e livros), sites, etc. Iniciado com o jornal O Globo em 1925, ele é atualmente o maior e mais influente no seu ramo na América Latina. Somente a marca Globo (mais relacionada à emissora de televisão), segundo avaliações divulgadas em 2023, vale cerca de 2,5 bilhões de dólares. Sabia disso, dear reader?
E tem mais: segundo um levantamento de 2016, 61 dos 199 canais de TV paga disponíveis no país pertenciam ao Grupo Globo. Dentre eles estão o Globo News (que entrou no ar no dia 15 de outubro de 1996), o Multishow (desde 1991) e o SporTV (também de 1991). Todos eles trazem consigo uma característica em comum: têm palavras da língua inglesa: news, show e sport, respectivamente.

Aliás, adotar e veicular palavras do idioma bretão não é uma prática exclusiva dos globais. Not really! Outras empresas (como a Record e o SBT, por exemplo) também fazem isso, seja por falta de opção linguística ou de criatividade mesmo. O fato, porém, é que a Globo exagera – e costuma maltratar a English language seja na sua versão oral ou escrita.

Como este espaço é reduzido, eu vou dar apenas alguns exemplos, que aqui serão citados de forma didática, e não para denegrir a imagem de ninguém. Longe disso! Afinal, todos nós cometemos erros, mesmo os ricos e famosos, megacelebridades ou não. Mas vale sempre a pena lembrar que um dos papéis fundamentais da mídia (falada ou escrita), além de entreter a população, é dar o bom exemplo no campo da linguagem, da ética, etc. Infelizmente, não vivemos num perfect world…

Well, palavras da moda como ‘bet’, ‘Android’ e ‘upgrade’ mereciam um maior capricho na pronúncia, bem como ‘lip sync’, ‘The Masked Singer’ e ‘This Is Us’. Casos extremos, como dizer (o título do filme) ‘Titanic’ e (o SUV) Tracker como eles estão escritos, só perdem no quesito bizarrice para Sampa Crew* (dito /kriu/, em vez de /kru/, no Caldeirão do Mion do dia 6 de janeiro de 2024) e para o (finado?) seriado Magnum P.I.** (um remake do grande sucesso dos anos 1980), em que as iniciais apareciam na tela, mas eram simplesmente ignoradas pelo voice-over. Bastava que eles tivessem sido tiradas de lá!

E, last but not least, ressalte-se a pronúncia /pôdikésti/ que somente o apresentador Flávio Santos, da TVCA, é capaz de fazer – e explicar, talvez. Obra-prima superada recentemente pelo inexplicável /midéa/ que aparece num comercial da empresa (cujo slogan é Make Yourself At Home) estrelado pelo jornalista/apresentador (e guia?) Tadeu Schmidt. Confira lá no YouTube!
* Já pensou se pronunciam /kréu/?
** P.I. são as iniciais para ‘private investigator’.

(*) JERRY MILL é idealizador da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana), membro-fundador da Academia Rondonopolitana de Letras (ARL) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis

 

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