Ela era vidente radical
Deixou o lar muito cedo
Saiu a procurar um mundo surreal
Sem ousar uma gota de medo.
Abandou sua faculdade
Sonhava com fantasias
Buscava status noutra realidade
Que lhe promovesse alegria.
Foi encontrar-se no palco da orgia
Com desfile a meia luz
E se desejasse amor ela vendia
Infinitos clientes que a diva seduz.
Linda como uma orquídea
O preço mais alto da casa
Chamava atenção do povo e da mídia
Naquele brilho próprio que arrasa.
Elegante e delicada
Uma deusa sem preconceito
Pelas colegas muito amada
Sorria fácil como efeito.
Foi conquistando sua independência
Como a mulher mais desejada
Algo sem justificativa para a ciência
Bem próximo de tudo e longe do nada.
(*) Francisco Assis Silva é poeta e militar – Email:
[email protected]