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Violência contra mulher, quem é o inimigo?

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Getulio miranda
“sabemos que ainda a mulher tem muito para percorrer até atingir seus mais íntimos desejos, de vencer, para mostrar que o sexo frágil é também o sexo de força da sabedoria e do amor”

(*) Getúlio Miranda

A violência contra a mulher tem ocupado cada vez mais espaço nos veículos de comunicação e isto mostra a necessidade de ações urgentes para conscientizar e ajudar os casais, baseadas em análises mais profundas dessa questão. A desigualdade de poder, vista por toda parte, influencia fortemente os comportamentos individuais na nossa sociedade e se manifesta através de inúmeros jogos de poder nas relações.

Destes jogos, o da vítima/vilão é o mais básico e facilmente incorporado pelas pessoas. As pessoas escolhem estes papéis, mesmo que inconscientemente, de acordo com as suas tendências e condicionamentos culturais. Assim, na relação afetiva, genericamente, a mulher é educada para o papel de mais passiva e tende a funcionar como vítima e o homem, treinado mais para a ação e para ser guerreiro, tem maior atração para o vilão.

Neste contexto, o relacionamento afetivo se mostra como a brecha, isto é, o espaço onde o homem tem a possibilidade de compensar esta perda de poder, sentindo-se novamente forte e importante. Inegavelmente, vivenciar o poder é prazeroso. Neste processo, ele não costuma ter consciência dos seus motivos reais, assim como a mulher não se dá conta do quanto contribui com a sua passividade.

Com o passar do tempo, o homem cria dependência deste prazer fácil e inconseqüente que obtém, nos momentos de ira. Enquanto isto, a mulher perde, cada vez mais, a auto-estima e autoconfiança, ou seja, sua capacidade de agir positivamente para resolver o problema decresce.

Por outro lado, a mulher conseguiu evoluir através dos tempos tanto no sentido de mãe, esposa e profissional. Mas sabemos que ainda a mulher tem muito para percorrer até atingir seus mais íntimos desejos, de vencer, para mostrar que o sexo frágil é também o sexo de força da sabedoria e do amor.

A mulher lutou tanto e continua lutando pelo reconhecimento de seus direitos e apesar de já haver conquistado o seu espaço em boa parte, continua sem saber fazer uso de seus direitos conquistados, muitas ainda dependem do homem, talvez pela sua grande capacidade de amar, perdoar, como esposa, companheira ou mãe, com toda sua delicadeza feminina em dom herdado pela divindade.

Mas não é só isso, a questão tem que passar por um diálogo interdisciplinar que pressupõe enquadramento do cotidiano nas ações por exemplo: educação em direitos humanos que vai construir novos modos de pensar, ensina a respeitar o outro com suas diferenças, forma hábitos e atitudes, sensibiliza para a relação com o outro, cria novos modos de convivência social, provoca mudanças para que se superem e se rejeitem essa violência propriamente dita contra mulher.

Assim, então, a educação em direitos humanos proporcionará a criança, ao jovem e consequentemente ao adulto futuro, posicionar-se como um ser comprometido com melhor convivência, mais justiça, transformando-os em atores principais do desenvolvimento pessoal, social vivendo de forma a coibir, naturalmente a violência.

(*) GETÚLIO MIRANDA BARBOSA JUNIOR é estudante do 2ºsemestre de direito – email:[email protected]

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2 COMENTÁRIOS

  1. Senhor Getúlio Miranda, NÃO BASTA SERMOS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXISTA, MAS AINDA TEMOS QUE SUPORTAR MACHISTAS PROCURANDO JUSTIFICATIVAS PARA NOS TRANSFORMAR EM CULPADAS PELA VIOLÊNCIA MASCULINA ??? PRECISAMOS DE LEIS QUE REALMENTE FAÇAM JUSTIÇA COLOCANDO OS CANALHAS NAS CADEIAS, PORÉM, O CONGRESSO TEM MAIORIA MASCULINA.

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