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, 28 maio 2024
 
 

Reflexões sobre a deficiência intelectual

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De 21 a 28 de agosto comemora-se a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. Para entendermos melhor sobre essa temática, pensei neste artigo, considerando as várias facetas da deficiência como a recepção da chegada do novo membro, a maneira com que a família lida com essa situação, o preconceito vivenciado por eles e por sua família, e os inúmeros desafios enfrentados todos os dias.

A deficiência intelectual é uma condição e não uma doença. Na deficiência há uma limitação cognitiva, ou seja, uma diminuição quantitativa das funções psíquicas, e em geral pessoas com essa deficiência são cooperativas, comunicativas e atendem as responsabilidades que lhe são confiadas de acordo com suas potencialidades.

A deficiência intelectual às vezes é confundida com doença mental, é preciso esclarecer que na doença mental, ocorre um rebaixamento global e qualitativo das funções psíquicas, em geral há alguns prejuízos na qualidade do pensamento, distúrbios na afetividade, pessoas com doença mental podem apresentar percepção alterada sobre si mesma e da realidade a inteligência nem sempre é afetada. Acredito que essa confusão se dê pelo fato de pessoas com deficiência intelectual são mais vulneráveis à doenças e transtornos mentais, podendo desenvolver mais facilmente quadros psicóticos, estados autísticos, paranóides, dentre outros, isso pode acontecer concomitantemente à deficiência, e essa problemática deve ser identificada para receber o tratamento adequado.

A família, ao ter notícia desse novo membro, se vê em choque à primeira vista, tendo de lidar com o inesperado, com esse bebê que destoa do ideal. Percebemos que a maneira de como essa família encara esse problema reflete na constituição da identidade desta criança, e influência no desenvolvimento de suas capacidades.

Os desafios encontrados são inúmeros, o primeiro é o preconceito, e apesar de toda visibilidade que se tem hoje, e das vastas quantidades de informações e campanhas, a discriminação ainda existe. Em minha prática, tanto nos atendimentos individuais quanto em grupo, ouço muitas queixas de meus pacientes que ainda são chamados por esses termos chulos: “doidos, doidinhos” por pessoas desconhecidas ou não.

Outro desafio é com relação à educação. Semana passada, uma mãe veio desabafar sobre a escola de seu filho, que em virtude de uma interpretação errônea da inclusão, acredita que a criança deficiente é que tem se adequar aos conteúdos e exercícios propostos, pois como explicou a professora, ela não pode fazer adequações do conteúdo, senão estaria discriminando ele. E isso o deixa com sentimento de inferioridade frente a esta realidade.

Os desafios para a pessoa com deficiência são inúmeros, estou elencando apenas alguns, e em casa isso também acontece com a superproteção, ela é prejudicial ao desenvolvimento das reais capacidades, e não deixa pouco ou nenhum espaço para a autonomia do sujeito.

Finalizo este artigo com uma mensagem elaborada pelo deficientes de Hong Kong às suas famílias:

“Precisamos de seu apoio,
Precisamos de seu respeito,
Precisamos de sua compreensão,
Precisamos que vocês tenham confiança em nós,
Precisamos que vocês aprendam a mudar conosco,
Precisamos que vocês nos recebam com alegria como parte da família,
Precisamos que nossos irmãos e irmãs trabalhem juntos para apoiar nossos sonhos e aspirações,
Esperamos poder aprender uns com os outros. “

(*) Maira Fabiana de Jesus Delgado é psicóloga e trabalha na APAE

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