O dia seguinte ao que, para muitos, parecia ser a insurgência dos principais clubes do futebol brasileiro contra o Clube dos 13 foi marcado por uma sensação de esfriamento. Por diferentes motivos, os protagonistas do eventual levante – Corinthians e os quatro grandes clubes cariocas (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco) – adotaram discurso mais cauteloso em relação ao verificado na véspera.
O presidente corintiano, Andrés Sanchez, único a anunciar publicamente que vai se desfiliar do C13, ainda não recebeu, pelo menos oficialmente, o apoio que imaginava ter. Até a noite desta quinta-feira, nenhum outro clube seguiu o exemplo do Corinthians. O Coritiba, ao contrário do que foi publicado nesta quinta, posicionou-se de maneira idêntica aos cariocas, ou seja, se mantém vinculado à entidade, mas conduzirá diretamente as negociações referentes aos direitos de transmissão da tevê aberta.
Durante entrevista nesta quinta, Sanchez parecia ter duas preocupações. A primeira era esclarecer e manter sua posição de independência. A segunda era deixar as portas do C13 abertas. “A decisão tomada é do Corinthians. E não é de hoje que tenho dito a eles (C13) sobre o descontentamento com a forma como as coisas são feitas ali”, afirmou, para logo em seguida ponderar. “Acho que não estou errado. Eu espero que isso não aconteça, mas estou disposto a conversar com as pessoas e, se alguém me provar que estou errado, não terei problemas de mostrar humildade e voltar atrás nessa decisão”.
Se em São Paulo Sanchez não teve até o momento o respaldo político que esperava, no Rio de Janeiro a discussão foi comercial. A pressão dos patrocinadores, em defesa da visibilidade de suas marcas, impulsionou a decisão de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo de romper parcialmente com o C13. Os quatro querem estabelecer com a TV Globo um novo contrato para a transmissão de seus jogos nos Brasileiros de 2012 a 2014. Atendem, assim, à exigência de seus parceiros comerciais, que ameaçam até a rever contratos no caso de uma mudança de rumo.
Para o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, eventual redução da exposição da marca do clube afetaria, “sem nenhuma dúvida”, a relação com os patrocinadores. “Claro que isso pesa e está sendo levado em consideração”, disse.
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