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Você já ouviu uma criança?

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Escutar uma criança nos dias de hoje pode parecer simples, mas não é exatamente uma tarefa fácil. Muitas vezes, por trás de uma simples fala, pode estar escondido um temor, uma dificuldade na escola, uma fobia, uma dor física (dor de ouvido, por exemplo), ou até mesmo algo mais grave como uma doença ou um trauma, segundo explica o psicólogo do Hospital Infantil Sabará, de São Paulo, Yan Pinheiro.

Segundo ele, alguns processos psíquicos que ocorrem principalmente na primeira infância (até, digamos 4 ou 5 anos), são absolutamente esperados e necessários para uma constituição psicológica saudável.

 

 

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“É impossível tornar uma criança imune a alguns sentimentos e sofrimentos negativos como decepção pelo papai não chegar tarde, ciúmes do amigo que agora só anda com o outro amigo, medo de armário aberto ou luz apagada, vergonha por fazer xixi nas calças, etc.”

A dificuldade de falar de uma criança não se dá somente por uma inibição ou problemas de desenvolvimento de linguagem. Entre balbuciar algumas silabas e palavras, até o início da construção de frases e sentenças, existe um tempo onde o pequeno candidato a adulto não possui recursos de linguagem suficiente para traduzir o império de suas paixões: amor, raiva, angustias e demandas. “É engraçado escutar uma criança usando palavras como ‘seu lâmpada’, ‘seu cara de xícara’ para expressar uma raiva por exemplo. Nesse tempo ela usa os recursos que tem. As crianças são verdadeiros poetas buscando nos significados das palavras as representações de suas emoções”, destaca.

 

Casa é casa. No entanto, “casa” para Maria é acolhedor, para o Pedrinho é aterrorizante, já para o João é algo que ele nunca teve. Para cada um deles “casa” tem uma significação diferente, particular, único. Isso vale também para os pais onde a palavra “casa” remete a uma significação muito particular. Yan salienta que os problemas de comunicação entre pais e filhos se dão exatamente no campo da significação. “Eu falo, dou bronca, mas ele não me escuta” são falas exaustivamente comuns no consultório.

Escutar uma criança é diferente de ouvi-la, explica o psicólogo. “Ouvir está no campo do sentido que a palavra carrega (casa é casa). Escutar está no campo da significação. Quando um filho mostra para sua mãe um desenho, ele pode estar simplesmente querendo um reconhecimento amoroso, ou pode estar tentando indicar no seu desenho um problema maior que está se passando na escola e não consegue dizer. Escutamos uma criança no brincar, em um gesto, no que está por trás da sua fala, em uma rispidez, em uma atuação, em um gaguejo ou uma doença”, afirma.

Escutar é decifrar a criança no que está para além do verbal, segundo ele. “E quando escutamos de verdade, e levamos a sério aquilo que percebemos em nossos filhos que não são falados diretamente, teremos poderosas dicas e preciosos sinais de como conduzir de modo mais eficaz problemas como baixo rendimento escolar, déficit de atenção e hiperatividade, depressão, comportamento agressivo (bullying), ansiedade, fobias, etc”, diz. Confiar na intuição é um bom começo para começar a escutar, destaca Yan.

 

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