Brasília
O presidente-executivo global do grupo BRF Foods, José Aurélio Drummond Jr., se reuniu na tarde desta terça-feira (6), em Brasília, com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para discutir os desdobramentos da Operação Trapaça, deflagrada nesta segunda-feira (5). Na 3ª fase da Operação Carne Fraca, a Polícia Federal investiga fraudes em resultados de análises laboratoriais relacionados à contaminação de carne pela bactéria Salmonella pullorum.
Estão na mira da investigação quatro plantas industriais (frigoríficos ou abatedouros) da BRF, uma das maiores empresas do setor de alimentos no mundo e dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy. Duas unidades investigadas abatem frango – em Rio Verde (GO) e em Carambei (PR). Outro alvo da investigação é um frigorífico de peru, localizado em Mineiros (GO); além de uma fábrica de rações da empresa em Chapecó (SC).
As quatro unidades tiveram as atividades de exportação suspensas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para 11 países e União Europeia, onde são exigidos requisitos sanitários específicos de controle e tipificação da Salmonella, já que existem mais de duas mil variedades da bactéria, sendo que duas são preocupantes para a saúde animal e duas para a saúde pública.
Após a reunião com o ministro da Agricultura, Drummond Jr. evitou fazer comentários sobre a investigação em andamento, mas ressaltou que o episódio não tem relação com as fases anteriores da Operação Carne Fraca, deflagrada há um ano. “Por tudo o que nós ouvimos até agora, na sua maior parte, são episódios que aconteceram anteriormente aos eventos da Carne Fraca de 2017”, disse.
Sobre a conversa com Blairo Maggi, o presidente-executivo da BRF destacou a preocupação do ministro com os efeitos de mais essa investigação sobre as empresas do setor. “As operações da companhia são muito relevantes para as exportações brasileiras. É importante cuidar para que não ocorra impactos que não sejam necessários”, argumentou. Drummond Jr. estava acompanhado do presidente do conselho de administração da BRF e ex-ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Caso esses episódios tivessem acontecido na Europa, Estados Unidos e Canadá, por exemplo, esses abatedouros já estariam fechados há muito tempo.