Foi provada pelos produtores credores do Mataboi uma proposta para ser apresentada aos proprietários do frigorifico em recuperação judicial. A proposta é de pagamento a todos os credores com créditos de até R$ 100 mil no prazo de 30 dias após a homologação do Plano aprovado pela Assembleia Geral dos Credores (AGC), sendo o restante do crédito dividido em 24 parcelas mais correção monetária pelo índice do INPC. A aprovação foi unânime durante reunião com os credores realizada na tarde desta quarta-feira, em Rondonópolis.
A proposta aos pecuaristas feita pelo Mataboi informalmente no dia 15 de junho foi de pagamento aos credores com créditos até R$ 60 mil de maneira integral em 4 pagamentos trimestrais de 25% do valor total deste grupo de credores. Quem possui crédito acima dos R$ 60 mil, receberia após um período de carência de 12 meses, em 12 pagamentos trimestrais de 8,33% do crédito de cada credor.
“A reunião foi muita proveitosa e a proposta é bem mais justa do que a apresentada pelo frigorifico, que foi rejeitada pelos produtores”, comentou o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat, Luciano Vacari. Ele disse aos credores do Mataboi que o caminho “vai ser longo e judicial e certamente ninguém vai comprar os presentes do Natal deste ano com o dinheiro do boi entregue ao frigorifico”. Ele alertou para a necessidade de união de todos para “garantir a aprovação dessa proposta”.
Segundo o representante da Acrimat na região e presidente da Criasul, Marco Túlio Soares, “agora vamos aguardar a convocação da assembleia geral e encaminhar ao Mataboi nossa proposta”. Soares disse ainda que “uma nova reunião será marcada com os produtores para alinharmos as ações”. O advogado do Sindicato Rural de Rondonópolis, Sérgio Quareschi, disse que “a data da assembléia ainda esta indefinida e nosso próximo passo é o de acompanhar esse anuncio para darmos sequência aos tramites legais”.
O assessor jurídico da Acrimat, Leonardo Bressane, alerta os credores do Mataboi, a necessidade de se preparar para a AGO “onde podem comparecer pessoalmente ou delegar representante através de procuração”. Ele lembra que a assembleia é o lugar onde o produtor pode exercer seu direito de voto e “concordar, discordar ou mudar o que foi apresentando pelo frigorifico”.
Os pecuaristas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Araçatuba e Goiás, tem uma divida para receber R$ 120 milhões desde 29 de março quando foi pedida a recuperação judicial. Os representantes dos sindicatos rurais dos demais estados envolvidos não compareceram à reunião conforme estava agendado.
