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, 19 maio 2024
 
 

Soja convencional tratada como questão de segurança nacional

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Líderes agrícolas mato-grossenses têm defendido os benefícios para o Estado em relação à soja convencional

A retomada da área plantada da soja convencional em Mato Grosso foi defendida como de importância para a segurança e soberania nacional durante lançamento do Programa Soja Livre, na cidade de Sapezal – a noroeste de Mato Grosso, numa região que ainda detém a maioria da produção da cultura não transgênica. Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Abrange (Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados) e um grupo de parceiros, incluindo trades e sementeiras, se empenham no desafio de informar ao produtor rural a importância de liberdade de escolha, aliada a melhor remuneração do produto.
Diante de 18 variedades plantadas em uma área de pesquisa, o presidente da Aprosoja-MT, Glauber Silveira da Silva, lembrou que praticamente 98% da produção da soja americana corresponde a sementes transgênicas e que no Brasil o produtor tem ficado cada vez mais dependente de três a quatro grandes grupos de sementes geneticamente modificadas. “Através de um trabalho junto aos grandes compradores, destacamos a importância da retomada do plantio da soja convencional, e obtivemos a garantia de melhor preço e valorização do produto”, disse ele.
Segundo o presidente da Aprosoja, o Brasil precisa ampliar sua base de matéria prima e manter o crescimento de sua produção de sementes convencionais “por uma questão de segurança nacional, uma questão de mercado e oferta do banco genético convencional nacional, com a chancela da maior empresa mundial de pesquisa do setor de alimentos, a Embrapa”, defendeu Glauber. Segundo ele, outra facilidade diz respeito ao escoamento da produção de soja na região Oeste e Noroeste do estado graças aos portos para exportação (Porto Velho e Manaus), cuja distância compensa a redução dos custos com frete em relação a região Sul (Paranaguá). A estimativa é que por essa rota sejam transportados aproximadamente 3,5 milhões de toneladas por safra destinado a abastecer o mercado europeu em sua grande parte.
A visibilidade de bons negócios com a comunidade européia – que tem preferência por soja não transgênica – é um dos pontos positivos da campanha Soja Livre. Nos últimos dias, a Aprosoja também recebeu membros do governo coreano que se mostraram favoráveis a negociação da produção da região de Campos de Júlio. Neste último evento, Jeff Zimmerman, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos acompanhou as explanações juntamente com um produtor americano. Ele disse que não estava autorizado a falar com a imprensa, mas observou-se que esteve atento a todas as informações passadas por técnicos e engenheiros agrônomos.
Produtor de soja convencional, Luiz Fiorense, da Sementes Quati, de Água Fria de Goiás (GO), avaliou cuidadosamente todas as cultivares disponíveis e apontou como de qualidade para sua região. “O que estamos prevendo é que não vai haver semente convencional para todo mundo”, disse.
Com cinco integrantes presentes na ocasião – três pesquisadores e dois técnicos –, a Embrapa representou muita segurança para os produtores através do “Programa Soja Livre”, que visa apresentar opção e maior liberdade de escolha ao produtor. O órgão esteve ausente 10 anos do mercado mato-grossense e retoma com a inauguração ainda no primeiro semestre da unidade silvipastoril, que está sendo construída em Sinop.
Os projetos pilotos desenvolvidos na Bahia, Minas Gerais, Paraná, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Goiás nas áreas de pesquisa tem proporcionado maior resistência a cultura em diversas épocas do ano, assim, estando disponíveis uma variedade de cultivares para cada região do Brasil. “Identificamos melhoramento para atender o mercado de demanda”, observa Rodrigo Brogin, da Embrapa Soja. O engenheiro Vanoli Fronza, doutor em genética e melhoramento de planta da empresa detalha que as pesquisas foram concentradas em Londrina, as seleções em Uberaba e os testes em Mato Grosso.
Para o coordenador do Programa Soja Livre da Embrapa, Clovis Albuquerque, a retomada do plantio de sementes convencionais mostra que o produtor também é moderno com a possibilidade de maior rentabilidade e com um amplo suporte. “O custo para o plantio entre a convencional e semente modificada é levemente inferior, além de se considerar que o produtor não recolhe a taxa de direito intelectual, o que a torna mais lucrativa, além de que as pesquisas detectaram baixo fator de reprodução de nematóide pratilentchus”, frisou.
Otimismo local – Produtor rural em Sapezal desde 1992, e sementeiro a partir de 2000, nos últimos anos, mas a oferta das novas variedades apontam para uma compensação, a começar pelo não recolhimento de royalties sobre a soja transgênica. “Não havia sementes convencionais e não houve pesquisas nos últimos dez anos, o que nos deixava apreensivos e inseguros para plantar soja convencional”, enfatiza. Ele aposta ainda no baixo custo do frete e rentabilidade na área plantada com a expectativa de colher 200 mil sacas em sua propriedade.
O município de Sapezal detém 370 mil hectares de área plantada de soja, onde 60 por cento é destinada a convencional e 40 por cento transgênica. No Brasil o quadro já se mostra descompensado, onde 70% cede espaço ao produto modificado. Nas demais regiões de Mato Grosso os números ainda estão equilibrados, na média 50%. “Há de se contabilizar a extensão dos benefícios para a soja convencional em questões de proteína, rações e principalmente o banco genético”, aponta Ivan Paghi. (Fonte: Plantão News)

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