–> LIBERADO–>Treze pessoas que deveriam compor o Conselho de Sentença para a terceira temporada de julgamentos do Tribunal do Júri deste ano, em Rondonópolis, pediram à Justiça para serem dispensadas da responsabilidade. Diante da situação, 22 réus presos acusados de crimes contra a vida [homicídios e tentativas de homicídio] poderão aguardar pelo julgamento em liberdade, uma vez que podem ser beneficiados com o princípio da razoabilidade. A informação, que deixa a sociedade preocupada, foi repassada ontem à reportagem do A TRIBUNA pelo juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis, Wladymir Perri.
Para os julgamentos do segundo semestre de 2013, foram sorteados 25 nomes que deveriam comparecer antes de todas as sessões de julgamentos para o sorteio dos nomes que formariam o Conselho de Sentença de cada júri, formado por sete pessoas. Para que ocorra o sorteio, é necessário quórum de pelo menos 15 dos 25 nomes. Para o segundo semestre, 13 pessoas pediram dispensa, quatro já não moram mais na cidade, restando apenas oito pessoas.
O juiz explica que não há tempo hábil legal para convocação da lista de suplentes e nem de novos nomes para os sorteios do conselho de sentença e, por essa razão, não deve mais ocorrer julgamentos neste segundo semestre em Rondonópolis. “A sociedade sempre cobra por Justiça e reclama que os magistrados não estão cumprindo com seu papel, mas na hora da sociedade cumprir com o seu dever de cidadania, ou seu dever cívico, ela foge da responsabilidade”, desabafa o juiz Wladymir Perry.
Conforme apurou a reportagem, os pedidos de dispensa dos jurados são fundamentados em alegações como problemas com a saúde e até motivos de viagem para festas tradicionais em família.
Uma das sorteadas alega que estava com viagem de férias agendada para este mês de julho, quando ocorre a terceira temporada de julgamentos; outra alega que passou por cirurgia de redução de estômago e a alimentação fracionada lhe impossibilita a participação no julgamento. Outra pessoa já alega problema na coluna. Outra alega que é coordenadora de uma escola e precisa ter dedicação exclusiva, não podendo faltar um dia. Outro sorteado alegou estar padecendo de diversas enfermidades que o impõe ao uso de seis medicações por dia que lhe provocam efeitos colaterais e o obriga ao repouso.
Outra sorteada justifica que, neste mês, está em tratamento na capital paulista e ainda não pode se ausentar das atividades laborais da empresa na qual é sócia. Outra pessoa alega que não poderá comparecer ao júri porque tem que ir com a família para uma festa tradicional no Estado de Goiás, que ocorre todos os anos.
FALTA DE DEFENSOR
O primeiro julgamento do 2º semestre do Tribunal do Júri de Rondonópolis, previsto para ontem, não ocorreu por falta de defensor público. Pelo que apurou a reportagem, a Defensoria comunicou à 1ª Vara Criminal que não houve tempo hábil para a Defensoria Pública estudar o processo.
No julgamento de ontem, seria julgado o acusado Alexandre Pereira Lopes, 20 anos, suspeito de um homicídio ocorrido em 7 de agosto de 2011, no recinto do Parque de Exposições. Conforme a pronúncia do Ministério Público, o acusado, agindo por motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, matou Johnny Martins Melo, com disparo de arma de fogo.
JÚRI PREVISTO
Está previsto para ocorrer hoje (2), no Tribunal do Júri de Rondonópolis, o julgamento de Jeferson Soares de Souza, acusado de uma tentativa de homicídio. O crime ocorreu no dia 5 de janeiro de 2012. Como não há quórum de jurados, o julgamento deve ser adiado.
Sr. juiz, tudo isso que esta acontecendo chama-se medo, pois não temos segurança. Além do mais o crime organizado está bem a solta p/ azucrinar nossas vidas.
Eu fui um dos convocados a fazer parte do corpo de jurados, mas solicitei a dispensa, pois sou pai de família e não posso ficar 20 dias dentro do fórum julgando pessoas. O poder judiciário está com uma pilha de processos atrasados, e faz “mutirão” para liquida-los, e com isso, sou obrigado a ficar os 20 dias úteis do mês dentro do fórum. No final no mês o governo vai pagar a conta de água, luz, comida da minha casa? Ou quem sabe se eu ligar na rede CEMAT e falar que não pude ir trabalhar pois estava ajudando o país, eles vão deixar de cobrar a conta do mês? Não tenho culpa que o pode judiciário deixou acumular processos e agora quer resolver tudo de uma vez só.