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, 13 maio 2024
 
 

Tenente da Polícia Militar deve enfrentar novo julgamento hoje

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Nove anos depois, o caso da morte do adolescente Nilson Pedro da Silva, então com 15 anos de idade, crime ocorrido durante uma operação policial desastrada, no dia 30 de março de 2001, na Vila Jardim, ganha novo capítulo. O tenente Dênnis Coutinho, que comandava a ação policial, deve ir a julgamento pela segunda vez. A sessão do júri deve se instalar a partir das 8h30 de hoje, no Tribunal do Júri Popular da Comarca.
ENTENDA O CASO
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual, no dia 30 de março de 2001, por volta da meia noite e 40 minutos, o tenente Dênnis comandava uma operação policial acompanhado por duas equipes de reportagem de TV, diligenciando uma situação de suspeita de roubo. Ao passar pela avenida José Barriga, proximidades da ponte sobre o Córrego Arareau, na Vila Jardim, avistou uma moto parada e dois indivíduos supostamente em atitude suspeita.
Ao proceder uma abordagem nos indivíduos, um deles correu e se refugiou nos fundos de uma casa. Tratava-se do adolescente Nilson Pedro da Silva, de 15 anos de idade e o amigo Ronilson Oliveira Ferreira, de 19 anos.
Eles teriam parado ali porque iriam visitar e tia de Nilson Pedro, então namorada de Ronilson.  Segundo a acusação, Dênnis ao avistar a vítima Nilson, do outro lado da ponte, teria decidido abordá-lo, saindo em sua perseguição, estando nesse momento acompanhado dos soldados Evandro Cézar Rodrigues e Aldair Silva, além dos integrantes das duas equipes de reportagem.
Sustenta a denúncia do MP que a vítima, assustada com a situação, gritou ao seu companheiro Ronilson que se escondesse, pois os policiais iriam lhes abordar. Nilson tentou então procurar abrigo nos fundos da casa da sua tia, local que era pouco iluminado.
Ato continuo, o tenente Dênnis fez a detenção de Ronilson e passou a guarda do suspeito ao soldado Macedo. A seguir, o oficial saiu à procura do adolescente, tendo sido seguido pelas equipes de TV.
Ao chegar nos fundos da casa, Dênnis deparou-se com Nilson Pedro escondido na área de serviço. As ações relatadas na denúncia do MP dão conta de que, supostamente por conta da escuridão, ao tentar dominar Nilson, o tenente disparou acidentalmente em seu próprio antebraço esquerdo. O tiro acabou atingindo o adolescente nas costas, perfurando-lhe o pulmão.
A partir daí, sucedeu-se uma série de erros operacionais, que resultaram na morte do adolescente.
Sempre de acordo com a denúncia feita pelo MP, após ouvir o disparo, o soldado Evandro chegou ao local empunhando um revólver e  ao tentar dominar o suspeito, efetuou um tiro no abdome do adolescente. Como o tenente estava ferido no braço, o soldado Evandro foi socorrer o seu superior. Apesar de alvejado duas vezes, o garoto Nilson Pedro, aproveitando a oportunidade, tentou fugir por entre as árvores ali existentes, mas foi alvejado novamente, desta feita com um tiro na nuca que, segundo a denúncia, teria sido desferido pelo soldado Evandro Cézar
REPERCUSSÃO NACIONAL
O caso teve repercussão nacional e os envolvidos foram denunciados à Justiça pelo MPE, sendo levados a julgamento popular. Em 2003, por iniciativa do tenente Dênnis Coutinho, o processo foi desmembrado. Evandro Cézar Rodrigues foi julgado em 06/10/2004 e foi condenado a uma pena de quatorze anos e oito meses de reclusão e ao pagamento de quarenta e cinco dias multa.
O julgamento do tenente foi marcado para o dia 06/04/2006, não se realizou e foi redesignado para o dia 27/04/2006. O acusado Dênnis requereu a redesignação da sessão de julgamento, todavia, houve prolação de sentença condenando  Dênnis à uma pena de um ano e nove meses de detenção a ser cumprida no regime aberto. O MPE recorreu da decisão e solicitou anulação do julgamento que foi aceito pelo TJ/MT. Uma nova data foi marcada para o dia 27 de outubro de 2009 e novamente não aconteceu. O julgamento foi remarcado para o dia 03 de novembro de 2009 e acabou sendo redesignado para a data de hoje 27/04/2010.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Marchas e contra marchas e nove anos já se passaram desde o assassinato de modo covarde do garoto Nilson Pedro por policiais militares e ninguém ainda foi devidamente punido de acordo com a lei. Essa é a típica justiça brasileira que condena somente pé de chinelo. Nesse caso o corporativismo vem falando mais alto. Uma vergonha!!!

  2. A imprensa tem que ficar atenta a esse caso, porque podemos verificar que estão empurrando com a barriga e forçando para cair no esquecimento !!!!!!!!!!

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