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Rondonópolis
, 8 outubro 2024
 
 

No espaço e tempo da vida

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(*) Prof. Dr. Ademar

No espaço e tempo do mundo de hoje, o tecido social, é o universo da fragmentação, sobretudo da família e da escola. No cenário social descompensado, potencializa a violência, opressão e perda da autoestima. Espaço em que a vida se prende a sedução da selfie que move a aparência, encantamento com o mundo desencantado. O que significa que ganha sobressalto a figura do indivíduo, enquanto mérito que se vincula a mercadoria, enquanto estratégia instituída para aguçar a sensação do poder narcísico do eu.

A lógica do comando do poder, baseado no pressuposto do individualismo meritocrático, produz no imaginário coletivo o limite da democracia substantiva, porque os projetos de caráter do bem-coletivo, vão-se desfalecendo. No mundo permeado pela cultura do vazio, ganha vida o simulacro da aparência do real, porque para permanece do tecido social, como a expectativa de livre precisa de suporte. Por isso, que no tempo e espaço da vida, aqui e agora, o negacionismo, a pauta de despolitização, costume, moralismo, se apresenta como o desejado que prende a mente e coração da geração. A cultura do vazio preenche de forma instantânea o vazio existencial, como simbolismo da espiritualidade que vai desmobilizando a esperança, enquanto possibilidade de transbordamento ao sonho real, que habilita formação da consciência crítica, como promotora da atuação social libertadora.

No terreno do império da religiosidade de rebanho, conduz a massa para o aspecto da “crendice” de que o seu destino social é único e exclusivo decorrência do investimento de um tempo na “beatice” e esforço capturados pela ideia de talento, plugado a imagem de mito, a imagem e semelhança da fuga do real, o simulacro. O que intenciona dar o colorido verde-amarelo, para a polidez da renúncia da esperança. Mas o consumo da autoimagem, ocupa o espaço da decepção, que navega no oceano do ser e o desejo do deve ser, como desencontro com o mundo real. Sem leitura crítica do que está conectado, resulta eu relação da vida cotidiana se confunde com o que passa no espaço da mídia social.

A questão singular é que no imaginário simbólico coletivo, há um desafio a ser superado, devido o contexto que se vincula com a mídia social, o horizonte de uma parcela social é conduzido ao espaço de fuga e confusão entre mundo da vida real, porque a subjetividade que se apresenta é convertida em extensão da tecnologia. O que na relação cotidiana, torna-se um dilema a ser discernido, desconstruído o que é real e reflexo da selfie, numa configuração de si e o que manifesta na aparência projetada no espaço do desejado. O real é que a consciência mágica se confunde com a imagem, a memória fotográfica plasma no deserto, tem o real sentido de estimular a geração do medo de travar o encontro com a própria existência.

O cenário da persona mergulhada na circunstância, caracteriza o substrato que revela a identidade, como tessitura histórica na relação com a cultura. O fato que não pode ser escamoteado, é que a tecnologia está na mão do povo. Frente ao desafio que se apresenta como novidade, não significa naturalizar e tampouco retirá-la, mas educar para o seu uso com qualidade social, para que a formação da consciência crítica, vem a superar a consciência ingênua e mágica, bem como a saída da condição de obtusa que reside na prisão do simulacro, do mundo da caverna e oceano do obscurantismo social.

A tecnologia enquanto construção e invenção científica, resulta do desenvolvimento humano. Porém, faz-se necessário refletir sobre o caráter ideológico, que subjaz o segredo de sua dinamização em massa, visando o fortalecimento do indivíduo, como mentalidade do encantamento empanado de mercadoria. A sua perversidade está no movimento de morte do relacionamento e princípio ético, que refere ao respeito ao outro, alteridade e bem-viver solidário.

Além do mais, o perigo está no colonialismo da tecnologia, que se conecta ao controle de concepção de ser humano, numa lógica de separação da mente e coração, partilha e comunhão. A perversidade preocupante é a intencionalidade de fragmentar a pessoa, o jeito de pensar, ser e agir, para transformá-la no espaço da “cabeça grande” e chafurda na borbulha da sociedade da decepção. Aqui não se trata de colocar contra o avanço do espaço de comunicação, ao contrário, deseja-se que tecnologia que se estabeleça, como redes que alimentam a metamorfose crítica, jamais como paredes que serve a dominação ideológica, política, econômica, enquanto promotora de fuga da vida cotidiana. O que se busca é uma educação, para o pensar melhor, crítico, criativo, cuidadoso e necessário, enquanto mediação para estabelecer as relações adequadas entre ideias e a realidade do mundo da vida.

No espaço e tempo da vida que navega na onda da rede social, o problema, desafio e dilema residem na questão que a massa e o estudante, quando passam a ser capturados pela lógica do lacramento da tela do celular, ficam extasiados e admirados, com discursos que preenchem o imaginário simbólico, articulado com a fetichização do espetáculo, como cenário que dar vazão a subjetivação negacionista, frente a tudo o que se refere a estabilidade na existência. O que subjaz no horizonte do fantasma, é o compromisso com o aniquilamento da consciência e do mundo real, o que resulta na geração de analfabetos funcionais.

A formação da consciência crítica como método, importa a família e a escola pública.

(*) Prof. Dr. Ademar de Lima Carvalho/UFR – curso de pedagogia e mestrado em educação

 

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