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Rondonópolis
, 13 maio 2024
 
 

O casario: uma janela para o passado de Rondonópolis

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(*) Marizete Magalhães
(*) Thamara Crystina

O presente artigo de opinião visa apresentar o Casario, localizado às margens do Rio Vermelho. Nos primeiros tempos foi chamado de “Casario do Rio Vermelho” ou “Vila do Sr. Moisés”, mais tarde, após sua restauração e revitalização no início no século XXI passou a ser conhecido simplesmente por Casario. Assim, refletiremos sobre alguns aspectos históricos interessantes da Cultura Material e Imaterial do Casario para Rondonópolis.

O Casario é um complexo arquitetônico e sociocultural, composto por vinte e quatro casas germinadas, feitas de adobe e alvenaria. É do Porto e do Casario, que segue a Av. Marechal Rondon, a primeira do Povoado Rio Vermelho, mais tarde, Rondonópolis. O pátio foi construído com paralelepípedos que permitem a absorção da água da chuva. Do mesmo, se olha uma paisagem que enche os olhos de quem por ali passa, se observa as águas do Rio Vermelho, que já se misturaram com as águas do rio Jurigue, e, se encontraram com as águas do Córrego Arareal que corta a cidade.

As margens estão recobertas de vegetação e do pátio do Casario podemos admirar a ponte sobre o Rio Vermelho, que corre em direção ao Rio São Lourenço, o Rio Cuiabá e por fim, o Rio Paraguai. Portanto, este Rio que nasce no município de Poxoréu, segue para o Pantanal representando uma estrada liquida para os indígenas Bororo e outros que no início do século XX, precisavam navegar para adentrar a esta região.

O Casario foi apoio aos viajantes, aventureiros e mineradores que tinham por destino as minas de diamante de Guiratinga e Poxoréu. A primeira casa foi construída em 1930 pelo balseiro da cidade, o Sr. Inácio Pereira, posteriormente esta foi vendida ao Sr. Moisés Cury, um dos primeiros comerciantes do povoado, dando continuidade a construção das demais, nas décadas de 1950-60.

Transformar o Casario em um espaço de desenvolvimento da cultura local foi uma proposta do então prefeito Percival Muniz. Sendo a edificação Tombada para o P Histórico e Cultural do Município, conforme o Decreto Nº 6985, de 05 de julho de 2013. O coordenador de projetos externos da secretaria de governo do município, Dr. Jonas Pereira Rodrigues, em entrevista para um site (2013), explica que a revitalização, consistiu na lavagem e aplicação de resina nas telhas do Casario. Todas as casas receberam forro uniformemente de madeira e cobertura de manta térmica de alumínio para eliminar as goteiras. As portas e as janelas receberam camadas de verniz e as paredes recuperaram o branco padrão da pintura. Foi feita também a manutenção do calçamento de paralelepípedos e a conservação da jardinagem.

Atualmente, no Casario está instalada a Secretaria Municipal de Cultura, algumas lojas de artesanatos, inclusive a Associação de Artesãos Poguba e, alguns barzinhos. Este é um dos principais locais de atividades culturais de Rondonópolis, registra-se apresentações artísticas semanais, músicas, oficinas de artes, shows e diversos eventos.

Diante do exposto, é importante perguntar: Como a Prefeitura de Rondonópolis faz a preservação deste bem cultural? Como os comerciantes cuidam desta casa? Há registros de o poder público educar os visitantes para zelar pelo Patrimônio Cultural que os acolhe? Como a Secretaria Municipal de Cultural faz a educação patrimonial do Casario para os habitantes da cidade, uma vez que ela mesma está situada lá?

Enfim, o Casario é frequentado por cidadãos de todas as idades e classe econômica, é um ambiente histórico e social que faz parte da identidade dos rondonopolitanos, portanto, merece ser preservado e valorizado.

Há muito, já superou a ideia de um conjunto de casas antigas, pois é uma janela para o passado da cidade, é um testemunho da rica diversidade cultural que ela possui. Sua preservação e valorização não apenas contribuem para a conservação do patrimônio material, mas também fortalecem os laços entre as gerações atuais e futuras, permitindo que a história local continue a inspirar e enriquecer a comunidade.

(*) Marizete Magalhães dos Santos e Thamara Crystina de Alencar Rodrigues de Paula são graduandas em História pela Universidade Federal de Rondonópolis-UFR.

 

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