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Maturidade gerencial e complacência financeira

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04/04/2023 – Nº 705 – Ano 17

Dinheiro normalmente é um assunto indigesto nas empresas. Principalmente quando falta. Porém, a preocupação dos gestores com o assunto não deve ser apenas nos momentos de dificuldade, escassez ou crise.
Quando os recursos se tornam mais disponíveis e a empresa sai da zona de desconforto financeiro há uma percepção equivocada de tranquilidade e por consequência, o afrouxamento das travas financeiras e do cuidado mais rigoroso com os dispêndios.

Uma frase simples resume essa questão: ‘administrar uma empresa que não tem dinheiro é difícil, mas não é perigoso. Já administrar uma empresa com dinheiro disponível é fácil, porém pode ser muito perigoso’.
Essa questão se explica porque, de um lado, quando não há dinheiro disponível existe uma necessidade intensa de austeridade por parte dos gestores, ao mesmo tempo que enfrentam dificuldades para atender demandas internas corriqueiras.

São momentos de decisões difíceis e muitas vezes impopulares para garantir a sobrevivência do negócio, tais como cortar custos, renegociar dívidas e buscar novas fontes de receita. Essa situação pode ser estressante e desafiadora para os gestores, mas normalmente traz benefícios no longo prazo.

Essa atenção contínua, o foco na redução de custos e nas melhores escolhas estratégicas que os gestores necessitam realizar tendo como fundo os limitados recursos disponíveis, oferece uma espécie de trava para as armadilhas provenientes da soberba financeira. Logo não há grande perigo envolvido além dos naturais da operação.

Por outro lado, quando a empresa melhora o seu caixa, cria disponibilidade financeira mais estruturada e consegue ampliar suas atividades e intervenções que requerem recursos mais robustos, a gestão aparentemente se torna mais fácil.

Afinal, com dinheiro disponível, é possível investir em novos projetos, tornar a gestão mais amigável, contratar mais funcionários e até expandir o negócio. No entanto, é necessário cuidado adicional para não cair na armadilha da complacência. Quando há dinheiro disponível, muitas vezes os gestores relaxam na disciplina, se perdem em gastos desnecessários e projetos de retorno altamente duvidoso. Assim, a gestão notadamente se torna mais fácil, mas obviamente mais perigosa também.

É claro que isso também tem a ver com o perfil e a maturidade dos próprios gestores. À medida que adquirem experiência, os gestores tendem a tomar decisões de modo menos intempestivo e a administrar os recursos financeiros de forma mais ponderada.

Experiência é algo que não conseguimos emprestar. É cada um com a sua. Por isso, quando um gestor está iniciando a sua carreira, pode cometer erros justamente pela falta de experiência, mas à medida que adquire mais conhecimento, enfrentando os desafios e corrigindo a sua prática, ganha confiança e melhora seu nível de assertividade.

Além disso, os gestores mais experientes normalmente são mais cautelosos com o dinheiro da organização. Sabem que recursos financeiros são limitados e precisam ser utilizados de forma estratégica, ponderada e responsável. Por isso, avaliam com cuidado redobrado os riscos e oportunidades antes de tomar suas decisões. E não afrouxam na austeridade.

Dito de outro modo, a gestão financeira de uma empresa requer não apenas habilidades técnicas, mas principalmente maturidade psicológica. À medida que os gestores vão se tornando mais maduros, a empresa tende a crescer de forma mais sólida e sem solavancos, aproveitando melhor as oportunidades de negócio e gerenciando os riscos de forma mais eficiente.
Até a próxima.

Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É empreendedor, Diretor da GoJob Brasil, business advisor, mentor, Talent Hunter, articulista e palestrante – [email protected] – www.linkedin.com/in/elerihamer

 

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