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Uma lição de vida

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Vicente Vuolo - 15-03-14

Atendendo convite do amigo Pedrinho Farias (diretor da tradicional Escola de Samba Portela) participei do desfile na Marquês da Sapucaí. O que era para ser um simples grito de carnaval, acabou se transformando em uma das maiores experiências da minha vida. Geralmente, as pessoas que participam desse megaevento, são convidadas a pular o carnaval em alas ou carros alegóricos, seguindo um ritual de apresentação restrita.
No meu caso, foi diferente. Eu, a minha mulher Sandra e o filho caçula Túlio, fomos agraciados com o convite para sair ao lado dos demais diretores da academia do samba. Um privilégio, que tem uma justificativa fraternal. Uma longa amizade, desde a época que os nossos pais foram colegas na Câmara dos Deputados, na década de 1970.
Como éramos vizinhos, fomos construindo raízes. Viajávamos sempre para o Rio e Cuiabá.  Nossos pais tinham um ideal em comum, a paixão pela ferrovia. Chegaram a viajar pela Europa, Alasca e China. Como membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, conheceram o Japão a convite do Príncipe Heroito (Imperador Showa). Tanto o ex-senador Vuolo como o ex-Deputado Pedro Farias (cinco vezes eleito) lutavam por um equilíbrio no sistema de transporte no Brasil, ainda hoje, totalmente dependente das rodas do caminhão. E por isso, foram conhecer o Trem-Bala.
Portanto, mais que confraternizar, fazer parte desse grupo seleto de uma das mais tradicionais escolas de Samba do país, serviu para adentrar no palco desconhecido, nos bastidores, na concentração, conhecendo os diretores da bateria, artistas, cantores, políticos como o portelense prefeito Eduardo Paes.
Tudo foi um encanto! Graças à criatividade do renomado carnavalesco Paulo Barros, a Escola colocou dezenas de atrativos na passarela, como os carros alegóricos com um Poseidon para voar na avenida, um gigante Gulliver com a cara do ator Jack Black, que o interpretou, e um dinossauro que engolia foliões.
A Portela saiu aclamada do Sambódromo e ficou na terceira colocação com o enredo “No Voo da Águia, Uma Viagem Sem Fim”. A gigante Escola de Samba de Madureira e Osvaldo Cruz  ganhou três prêmios Estrela do Carnaval em 2016: Desfile do Ano; Ala de Passistas e Samba-Enredo.
Esse é um Brasil que dá certo. O carnaval no Rio de Janeiro deste ano recebeu cerca de 1 milhão e 300 mil turistas. Movimentou mais de 3 bilhões de reais. Os transatlânticos nunca foram tantos e trouxeram cerca de 190 mil pessoas. Os 280 blocos de rua ajudaram a movimentar toda essa riqueza que só a cidade maravilhosa tem.
Lá, o VLT está praticamente pronto, trazendo mais leveza no trânsito e qualidade de vida. Com esse gesto e revitalização do centro histórico, os empresários estão investindo na cidade, como foi o caso da Rede Vila Galé, que recuperou um casarão do século XIX na Lapa ao custo de 200 milhões de reais.
O Carnaval da Cidade Maravilhosa, assim como o de Salvador e o de Recife, mostram que o turismo tem muita força econômica. Garante empregos e também mobiliza um mercado informal significativo. Alimenta e garante a sobrevivência de milhares de famílias e movimenta a economia por vários meses, antes e depois dos eventos. Fazer turismo, faz bem para a vida de quem passeia. Mas é um ramo da economia que também faz bem para todo mundo.
Mas o turismo não é mais coisa para amadores. Assim como uma Escola de Samba não é mais uma atividade feita somente com espontaneidade. Requer profissionalismo, estratégia, planejamento e muita articulação. O turismo, como ramo econômico, exige investimento em infraestrutura, requer a valorização da cultura local, dos artistas e dos empreendedores, assim como requisita a educação da população como um todo para saber receber bem o turista.
O Brasil tem um potencial turístico enorme. Uma das vantagens é ser um ramo econômico de baixa poluição, podendo ser de poluição zero se for bem planejado e executado. Está na hora de Mato Grosso ter um Plano Turístico de caráter estratégico e elaborado com a participação de toda a sociedade. A Portela é um exemplo a ser seguido. Vamos pensar nisso!

(*) VICENTE VUOLO é economista, cientista político e analista legislativo do Senado Federal. [email protected]

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