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Rondonópolis
, 13 maio 2024
 
 

Conversação em língua inglesa

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Há anos vislumbro a mesma situação quando se trata do processo de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, em especial do inglês: ao preencher todas as formalidades que antecedem a aula propriamente dita, o/a candidato/a a aprendiz, ainda no nível básico, vai logo perguntando em quanto tempo ele ou ela vai estar fluente no idioma, ou quando vai ter ‘aula de conversação’. Food for thought!
Primeiramente, é preciso ter claro que para se expressar convenientemente em uma dada língua é preciso ter, no mínimo, bom vocabulário – o que significa, quase sempre, ter boa pronúncia e conhecimentos básicos de ortografia, além do saudável hábito da leitura. Saber se a palavra é oxítona, paroxítona ou proparoxítona, quem sabe até sua sílaba tônica, são referenciais teóricos que em geral auxiliam, mas não necessariamente são essenciais para que a conversation ocorra de maneira livre, leve e solta, de forma natural e altamente produtiva. A questão é que o simples não é fácil de ser feito.
Quando as pessoas pensam em ‘conversação’, elas deixam de considerar alguns aspectos que colaboram (ou não) para que haja comunicação e entendimento entre as partes envolvidas. Fatores como ter familiaridade com os gostos, comportamentos e crenças da pessoa com quem se pretende interagir são preponderantes nas três etapas que compõem uma conversation: o antes, o durante e o depois. Além disso, o assunto abordado pode não ser dos mais promissores. E como dizer (educadamente) que você discorda de algo que foi dito? Como manter o interesse de ambas as partes após o assunto ter (aparentemente) se esgotado? Como lidar com as diferenças culturais? E as expressões idiomáticas, os phrasal verbs e os regionalismos ou gírias – tão comuns na língua inglesa falada?
Como se percebe, a ‘simplicidade’ de um mero bate-papo guarda técnicas e segredos que, numa primeira análise, dá a impressão de ser realmente bastante elementar, mas na verdade traz consigo toda uma gama de segredos e rituais que nem sempre o estudo ininterrupto e formal é capaz de mostrar. Na maioria dos casos, uma pitada de perspicácia e discernimento são as pistas de que precisamos para saber o momento certo de dizer algo gentil, alguma coisa mais incisiva (provocativa, talvez, mas não deselegante) ou nothing at all. Diz muito quem sabe até mesmo a hora exata de ficar com a boca fechada!
O filme O Discurso do Rei (The King’s Speech, no original britânico, de 2010) é uma mostra interessantíssima do quanto precisamos e também negligenciamos esta maravilha que a máquina humana é capaz de produzir: sons que se transformam em voz, a que podemos chamar sílabas, palavras ou até frases inteiras. A disfunção do monarca do filme surpreende pelo fato de termos a expectativa de que ele seja um ser especial, e não um ser humano comum como cada um de nós e, o que é mais surpreendente, ter “aquele problema” (gagueira, para quem não viu ou se lembra do filme).
Vale aqui lembrar um fato interessante, ocorrido comigo não faz muito tempo. Uma certa pessoinha me perguntou com todas as letras: “Ué, e tem gago em inglês?” – querendo dizer, imaginei, que era novidade para ele saber que povos que têm o inglês como primeira ou segunda língua têm seu contingente populacional de portadores de gagueira. A surpresa, daí, of coursemente, passou a ser minha!
Vale sempre a pena lembrar também: não há curso ou técnica capaz de assegurar a aprendizagem ou a superação de uma dada limitação física ou psicológica (como ocorre no filme) se não houver uma mudança de hábitos, com mais atitude e determinação em relação ao objetivo pretendido. Mas sem radicalismos ou negligência, para que os resultados não sejam desastrosos. Assim sendo, a fim de ‘facilitar’ a sua comunicação com as pessoas e com o mundo, tenho uma receita simples: não deixe o mau humor, o estresse e o cansaço tomarem conta do seu corpo e mente. Cumpra adequadamente os seus prazos, compromissos e tarefas urgentes, sem culpa ou insatisfação – afinal você é senhor ou escravo dos seus deveres ou desejos?
Sem medo e sem culpa, passe a usar frequentemente o dicionário (monolíngue, se e quando possível) e evite dizer, ou pensar, ‘não ter paciência’ para ouvir um CD, assistir um DVD ou acessar um site previamente recomendado por alguém bem intencionado. Esse talvez seja o primeiro e mais decisivo passo a ser dado: começar, e bem, a fim de continuar seus, digamos, estudos. Sinceramente, não creio que exista formula mágica que nos faça aprender inglês ou outras línguas sem o mínimo esforço.
Agora, depois do exposto, caso você ainda queira ter ‘conversação’, não pense duas vezes: crie um ou ingresse num conversation group o quanto antes. Se você conseguir superar a fase inicial do constrangimento e da enrolação, tenha a certeza de que, cedo ou tarde, a tarefa não mais parecerá tão árdua assim. Pelo menos tem sido assim comigo. E deixe de sonhar com fadas, duendes, Hollywood e ‘a segurança e estabilidade de um bom emprego público’, will you?

(*) Jerry Mill é Mestre em Estudos de Linguagem, Presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana (ALCAA) e membro do Rotary Club Rondonópolis

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  1. Jerry,

    Concordo em tudo!
    Dedicação é fundamental, sem esforço nada acontece, afinal a maravilha/ Benção de ser uma pessoa Autodidata infelizmente não acontece para todos, e sem um bom empenho fica realmente dificil aprende.
    Adoro seus artigos e sobre os grupos realmente ajudam muito.

    All the best!!!

    Hugs.

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