Ouço meu coração saltar no peito,
Parece não me pertencer,
Deprimido, meio sem jeito,
Vejo o tempo voar, correr.
Quando se afasta de mim
Deixa o teu gosto em minha boca,
E na pele fica o perfume,
Desse teu jeito de louca,
Que me sufoca de ciúme.
Quando se afasta de mim
Vou à praça meditar,
Mesmo assim eu não consigo,
Olho o céu, olho o luar,
E volto a brigar comigo.
Quando se afasta de mim
Perco o sono na madrugada,
Levanto, abro a janela,
Abraço a brisa gelada,
Já não sei viver sem ela.
Quando se afasta de mim
A solidão me contrata,
Fico bem próximo do fim,
A saudade bate, maltrata,
Meu amor, volta pra mim.
Quando se afasta de mim
Minha vida fica vazia,
Meu sorriso perde a cor,
São noites que viram dias,
O frio que torna calor.
Eu me rendo a tua ausência,
Mas ao chegar eu me alimento,
Elimino toda a carência,
Fico completo por dentro.
(*) Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis