A Fifa já descumpriu uma de suas promessas feitas durante a Copa do Mundo da África do Sul: a de debater urgentemente o uso da tecnologia na arbitragem. Depois da polêmica do gol não dado no jogo entre Alemanha e Inglaterra, pelas oitavas de final, o presidente Joseph Blatter prometeu que recolocaria o tema tecnologia na pauta da reunião marcada para esta quarta-feira em Cardiff, no País de Gales. Nesta segunda, porém, a entidade divulgou a agenda do encontro e anunciou que o tema será discutido apenas em outubro.
Na partida entre ingleses e alemães, um gol legítimo de Lampard não foi marcado. O árbitro uruguaio Jorge Larrionda simplesmente não viu que a bola havia cruzado a linha do gol. Dois meses antes, Blatter havia decidido que não haveria espaço para a tecnologia no futebol. Mas, diante da polêmica, convocou em Johannesburgo uma conferência de imprensa para anunciar que discutiria o tema em julho. “Não teria sentido não reabrir a questão da tecnologia”, disse Blatter na ocasião.
Na época, a reportagem revelou que vários membros da Fifa acreditavam que Blatter estava fazendo jogo de cena apenas para acalmar os críticos e salvar a credibilidade da Copa do Mundo. Na realidade, ele não faria o esforço que prometia empreender para adotar a tecnologia. Um dos problemas é que a tecnologia para instalar um chip dentro da bola é da Adidas e não há ainda uma solução sobre como generalizar esse mecanismo diante dos interesses comerciais da empresa.
Nesta quarta, a Fifa vai debater na reunião do International Football Association Board – espécie de grupo de guardiães das leis do futebol – somente a inclusão de dois novos árbitros atrás de cada um dos gols para ajudar o árbitro principal. A ideia já vem sendo implementada em alguns campeonatos (como o Estadual do Rio de Janeiro e Liga Europa) e a Fifa está convencida que, ao adicionar quatro olhos na partida, pode diminuir erros de arbitragem em lances cometidos na área.
“A primeira reunião formal que irá discutir a tecnologia na linha do gol será realizada em outubro”, disse um porta-voz da Fifa. Mesmo se for imediatamente aceita, o que não deverá o caso, a nova tecnologia ainda teria de ser aprovada em março de 2011.
