29.5 C
Rondonópolis
 
 

Governo dá incentivo fiscal para pesquisa de anticancerígeno

Leia Mais

- PUBLICIDADE -spot_img

Rio de Janeiro

Com recursos não reembolsáveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de R$ 15,2 milhões, oriundos do BNDES Fundo Tecnológico (Funtec), o Instituto Butantan dará seguimento aos estudos que buscam o desenvolvimento de um medicamento biotecnológico para o tratamento de câncer.
Segundo informou o banco, por meio de sua assessoria de imprensa, o medicamento é inovador no mundo e se baseia em estudos feitos a partir da genética do carrapato Amblyoma cajannense, que detectaram a existência de uma proteína na saliva do parasita que tem ação anticoagulante, com potencial anticancerígeno.
A coordenadora do estudo no Instituto Butantan, doutora Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, disse, por e-mail, que toda a pesquisa básica para a descoberta da molécula, entendimento do mecanismo de ação e obtenção dessa mesma molécula em escala laboratorial, já foi feita no Laboratório de Bioquímica e Biofísica do instituto.
A operação contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A entidade contribuiu ainda para as etapas que resultam na execução de testes, bem como para a implantação de infraestrutura.
Os recursos do BNDES permitirão que a molécula seja obtida por meio de protocolos escalonáveis. Ana Marisa destacou que esses protocolos “permitirão tanto o desenvolvimento de todos os testes de segurança farmacológica, exigidos pelos órgãos regulatórios, como o desenvolvimento de tecnologia e capacitação de pessoal para a transferência do processo à empresa parceira neste projeto (União Química) que produzirá o medicamento”. Trata-se, segundo a pesquisadora, de um financiamento para etapas “muito importantes e críticas para o desenvolvimento de uma molécula, caracterizado como inovação radical”.
As experiências conduzidas até agora resultaram na obtenção da molécula na forma recombinante, ressaltou a coordenadora da pesquisa. “Conhecemos seu mecanismo de ação tanto in vitro [em vidro] como in vivo, isto é, em pequenos animais, sabemos o alvo molecular e, inclusive, entendemos que se trata de uma molécula seletiva para células tumorais. Os estudos até agora demonstram baixíssima toxicidade”. Acrescentou que a etapa ora em curso objetiva obter material por protocolos escalonáveis, para complementar os testes de segurança farmacológica e a transferência de tecnologia.
Indagada sobre os tipos de cânceres que poderão ser tratados com o medicamento, Ana Marisa informou que as primeiras experiências em camundongos mostraram que houve regressão de células tumorais e tumores do tipo melanoma, entre os quais se incluem tumores de pele, rins, pâncreas e mama. Observou, entretanto, que somente após os resultados dos testes toxicológicos, que determinarão a segurança de tratamento para seres humanos, é que se poderá prever o tratamento.
A União Química Farmacêutica Nacional, parceira do Instituto Butantan no projeto, deverá desenvolver as fases de produção industrial e fases clínicas, em caso de sucesso das pesquisas. A União Química é cotitular da patente e detém o licenciamento para comercialização, informou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. Outro parceiro é o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), que participará do protocolo de produção.
Ana Marisa disse, ainda, que a molécula já tem patente concedida em diversos países, entre os quais os Estados Unidos, o Japão, a Austrália e a China, além do bloco da União Europeia.

- PUBLICIDADE -spot_img

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -
- PUBLICIDADE -

Mais notícias...

Desmistificando os tipos de parto: confira dicas de profissional da área para escolher o seu

No Brasil, a cada 21 segundos uma mulher dá à luz, totalizando mais de 320 partos por hora em...
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Mais artigos da mesma editoria

- Publicidade -spot_img