
A Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada esta semana pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e pelo Sest Senat, aponta que 75,9% da malha rodoviária pavimentada avaliada no Estado de Mato Grosso apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima.
Para o levantamento, a CNT avaliou neste ano de 2023, em Mato Grosso, 5.900 km de rodovias estaduais e federais, incluindo aqueles sob a responsabilidade de concessionárias, que representam 5,3% do total pesquisado no Brasil.
O levantamento avaliou 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, o que corresponde a 67.659 quilômetros da malha federal (BRs) e a 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais.
A classificação do estado geral das rodovias compreende três principais características da malha rodoviária: o pavimento, a sinalização e a geometria da via. Levam-se em conta variáveis como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes.
Em Mato Grosso, o maior problema apontado pela pesquisa se refere à geometria da via (traçado), com 71,3% da extensão da malha rodoviária do estado apresentando algum tipo de problema, enquanto 28,7% está ótima ou boa.
Ainda conforme o levantamento, as pistas simples predominam em 92,8% da malha viária no estado; falta acostamento em 60,1% dos trechos avaliados; e 41,4% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização.
Quanto ao pavimento, a pesquisa indicou que 67,1% da extensão da malha rodoviária do estado avaliada apresenta problemas e somente 32,9% foi considerada em condição satisfatória. De acordo com o levantamento, 0,3% da malha viária está com o pavimento totalmente destruído.
Já com relação a sinalização, a avaliação destacou que 58,9% da malha rodoviária é considerada regular, ruim ou péssima; 41,1% é boa ou ótima. Entre os problemas de sinalização apontados na pesquisa estão a falta de faixa central, encontrado em 5,6% das vias e a falta de faixas laterais, verificado em 9,9%.
A Pesquisa CNT de Rodovias avaliou ainda que as condições do pavimento no estado geram um aumento de custo operacional do transporte de 30,9%, o que se reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.
“Para recuperar as rodovias em Mato Grosso, com ações emergenciais (reconstrução e restauração) e de manutenção, são necessários R$ 3,48 bilhões”, indicou o levantamento.
Além disso, o prejuízo gerado com acidentes nas rodovias de Mato Grosso em 2022 foi superior aos investimentos com obras. “O prejuízo gerado por acidentes foi de R$ 494,65 milhões em 2022. No mesmo ano, o governo gastou R$ 69,62 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte”, apontou.
Em Mato Grosso, a rodovia considerada em melhor estado, classificada como 55º no ranking nacional da Pesquisa CNT, foi a BR-070, no trecho de 121 km entre Várzea Grande e Campo Verde. Depois dela, em 133º lugar, vem a BR-163, em trecho de 1.108 km, entre Itiquira e Guarantã do Norte.