Embora as mulheres representem 52% do eleitorado no país, a sua presença na política ainda é notavelmente sub-representada. Em 2020, apenas 12,1% das prefeituras foram ocupadas por mulheres, enquanto 87,9% foram lideradas por homens.
Nas câmaras municipais, a disparidade persiste, com 16% de vereadoras eleitas em comparação com 84% de vereadores do sexo masculino. Diante desse cenário desafiador, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) tem se empenhado em promover a participação feminina na política, com iniciativas significativas.
Na quarta-feira, 29 de novembro, uma palestra intitulada “Mulheres na Democracia” reuniu figuras notáveis para discutir e fomentar o papel das mulheres na esfera política.
A ministração do evento foi conduzida pela juíza do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Amini Haddad, e pela presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso.
Durante a palestra, a presidente do TRE-MT, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, enfatizou a importância de medidas mais eficazes para garantir a igualdade de gênero na política.
Gisela Cardoso, ao parabenizar o TRE-MT pela coragem em abordar a questão da igualdade de gênero, destacou a relevância do tema e a preocupação do Tribunal com essa questão.
Ao longo do evento, diversas mulheres que ocupam cargos de poder e liderança em Mato Grosso tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências e desafios enfrentados na busca por representatividade política. Abordaram questões como a sobrecarga de trabalho, a falta de medidas inclusivas e protetivas eficazes, o preconceito e o assédio.
A vice-presidente do TRE-MT e corregedora regional eleitoral, desembargadora Serly Marcondes Alves, ressaltou o desafio de incluir mais mulheres na democracia, considerando as múltiplas atividades enfrentadas dentro e fora de casa. Ela expressou otimismo de que eventos como esse despertarão o interesse das mulheres por posições de destaque na democracia.
“É um caminho para modificar essa realidade, este tipo de atividade: Dar voz àquelas que já alcançaram espaço público para luminar os caminhos para a geração presente e futuras de mulheres de meninas e mulheres. Ano que vem, espero que este cenário seja diferente e avancemos para mais mulheres na democracia”.
Além de promover a discussão, a presidente do TRE-MT, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, destacou a necessidade de ações práticas para reverter o cenário político desigual.
“As leis existentes hoje não são assertivas. O que vemos são candidatas laranjas, e os 30% de candidatura feminina garantida pela lei não estão resultando no número de eleitas. As medidas adotadas nessa esfera precisam ser mais práticas e assertivas”, pontuou.
A Escola Judiciária Eleitoral foi a organizadora do evento e sua diretora, a magistrada Ana Cristina Silva, destacou o compromisso contínuo da Instituição em abordar questões de gênero, desde o direito de votar até o direito de ser eleita e conquistar espaços de poder.