
A Câmara Municipal de Rondonópolis aprovou no último dia 4 de setembro a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar denúncias de suposto recebimento de propina por parte do secretário municipal de Infraestrutura, Dhyogo Parreira Gonçalves, para aditivar contratos com empreiteiras que executam obras no município.
A CEI é composta pela vereadora Kalynka Meirelles (PL) na presidência, o vereador Subtenente Guinancio (PSDB) na relatoria e o vereador Dr. Jonas Rodrigues (MDB) como membro titular. Já os vereadores Roni Cardoso e Ozeas Reis, ambos do UB, como suplentes.
Nestes mais de 30 dias, os integrantes da chamada CEI da Propina, que tem prazo de dois meses para concluir os trabalhos, encontram dificuldades para procederem as investigações das denúncias que estão de posse do legislativo rondonopolitano.
Estas denúncias, que teriam sido feitas de forma anônima na Câmara Municipal, são classificadas pela vereadora Kalynka Meirelles como “fortes e graves”.
Mesmo assim, uma das medidas consideradas importantes pelos membros da CEI, para o andamento da apuração das denúncias, seria o afastamento preventivo do secretário do prefeito Zé Carlos do Pátio, mas não teve sucesso até agora.
Como já mostrou o A TRIBUNA, primeiro o requerimento para o afastamento de Dhyogo Parreira teve o pedido de urgência rejeitado, após uma manobra da base do prefeito Zé do Pátio em esvaziar o plenário, dificultando assim a chegar nos 11 votos necessários para a sua aprovação.
Na quarta-feira, 2, a cena se repetiu. O plenário acabou esvaziado, com vereadores da base de Zé do Pátio deixando a sessão, que ficou com apenas 10 parlamentares presentes e sem quórum à votação.
Diante disso, o vereador subtenente Guinancio disse ao A TRIBUNA que está sendo avaliada a possibilidade de encaminhar as denúncias para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual e à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Se isso ocorrer é lamentável, pois é um claro sinal de que a Câmara Municipal está se abdicando de uma de suas principais ações, que é o de fiscalizar o Executivo, e passando a depender da Polícia.
O que se espera, diante das denúncias de propina e até mesmo de pagamentos em duplicidade de execução de obras, como denunciou com veemência o relator da CEI, é que tudo seja devidamente apurado.
ealmente, são denúncias graves e o que a sociedade espera é que sejam apuradas, mas a pergunta que não quer calar é: como se dará os trabalhos da CEI após a eleição de domingo? Vai prosperar ou não?. Com a palavra os vereadores com mandato até 31 de dezembro, reeleitos ou não.