O crescimento de adolescentes no país que praticam atos infracionais faz com que o tema da ressocialização seja um assunto tão importante para ser discutido pela sociedade.
Para se ter uma ideia, até o ano passado, conforme dados do Levantamento Anual do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), um total de 11.664 adolescentes estavam inseridos ao sistema socioeducativo nas modalidades de restrição e privação de liberdade.
Uma situação alarmante, pois há, ainda, previsão de aumento da demanda no sistema socioeducativo do país nos próximos anos, já que, infelizmente, ocorre um excessivo crescimento de adolescentes que praticam atos infracionais.
Sendo assim, faz-se necessário, urgentemente, uma reflexão sobre a necessidade de cuidar melhor da juventude e se discutir medidas de abordagem para que se tenha uma ressocialização efetiva de adolescentes em conflito com a lei.
Neste contexto, cabe registrar o trabalho desenvolvido pela Vara da Infância e Juventude de Rondonópolis, que contou com a parceria da Justiça Comunitária, OAB/MT (1ª Subseção em Rondonópolis), da Promotoria de Justiça da Vara da Infância e Juventude e Defensoria Pública.
Como mostrou o A TRIBUNA, em sua edição de ontem, ao todo 23 adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Rondonópolis participaram da “Semana da Socialização do Adolescente em Conflito com a Lei”, realizada entre os dias 14 e 29 de setembro.
A ação, que fez parte da Campanha a “Opção pela Vida”, teve como objetivo promover o acolhimento social e a reintegração desses adolescentes, além de desmistificar a figura do adolescente em conflito com a lei, promover o acolhimento social e a socialização dos menores.
Além dos adolescentes do Case, a campanha envolveu mais de mil estudantes do ensino médio de escolas estaduais e militares, juntamente com professores e diretores.
São medidas pedagógicas, que invertem a lógica de um sistema socioeducativo apenas punitivo. Que está verdadeiramente voltado à reintegração na sociedade do adolescente em conflito com a lei.
Mas, para isso, cabe ressaltar, que é preciso ter um compromisso constante, tanto do Estado como da sociedade civil, na superação dos desafios que se apresentam e na busca contínua por soluções que assegurem que os adolescentes tenham a oportunidade de se redimir e se reintegrar à sociedade.