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Construído por mais de R$ 2 milhões e com seu prédio pronto há mais de dois anos, o novo Centro de Reabilitação Animal de Rondonópolis, o Ceraro, até hoje não entrou em funcionamento, mesmo havendo uma grande demanda dos serviços que prestaria para abrigar e tratar animais domésticos abandonados pelos seus donos ou tutores pelas ruas da cidade, muitos deles doentes e colocando a saúde de toda a população em risco, pois grande parte das doenças que afetam os animais, como a leishmaniose, é transmissível para os humanos, podendo até ser letal.
Essa é uma daquelas obras “enroladas”, para se usar a linguagem popular, pois atravessou duas gestões e agora, depois de finalizada, já teve até que ser reformado, gastando mais recursos públicos, mas nada de ser entregue para o usufruto da população.
A desculpa da vez é que não existem funcionários para trabalharem no local, o que é no mínimo vergonhoso, pois não tem nenhum cabimento a Prefeitura gastar milhões de dinheiro público em uma obra sem fazer o devido planejamento para coloca a estrutura em funcionamento.
Enquanto o Ceraro não é colocado para funcionar, a cada dia aumenta o número de cães e gatos abandonados pelas ruas e locais de frequentação pública, como o Horto Florestal, onde há dezenas de gatos abandonados.
Nesse caso, os próprios frequentadores do local dão água e comida para os animaizinhos, o que é algo muito positivo e animador, mas não resolve os dois problemas principais da situação, que são o tratamento de possíveis doenças desses bichos e o encaminhamento para a adoção depois de tratados.
Como estão ali, têm alimentos, mas não têm quem lhes dê carinho e cuidados diários.
Nesse sentido, é passado da hora de nossa classe política e até os representantes da Organizações Não-Governamentais (ONGs) que trabalham com o acolhimento e encaminhamento para adoção de animais, se mobilizem e cobrem que o Ceraro entre logo em funcionamento, garantindo mais qualidade de vida e o bem-estar desses animais abandonados e garantindo a saúde dos cidadãos rondonopolitanos.
Afinal, se há o prédio, se há demanda pelos serviços que serão prestados ali, se há dinheiro em caixa para construir até dezenas de praças ao mesmo tempo, por que a gestão municipal demora em colocar a estrutura para funcionar? Seria má vontade ou somente incompetência e falta de planejamento?
