O decreto do prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB) que declarou, no último dia 2 de setembro, como sendo de utilidade pública uma área de 10 hectares, para fins de desapropriação, foi sustado pelos vereadores durante a sessão de ontem de Câmara Municipal.
A área fica localizada na região do micro distrito industrial “Anézio Pereira de Oliveira”, localizado na região da Vila Operária. A sua desapropriação, pela justificativa do Executivo no decreto, seria para a expansão do micro distrito.
Fontes ouvidas pelo A TRIBUNA, na condição de anonimato, disseram, por outro lado, que esta desapropriação beneficiaria supostamente um candidato a vereador do grupo do prefeito Zé Carlos do Pátio e contribuiria para levantar fundos de campanha.
“É muito estranho a desapropriação a toque de caixa, na véspera da eleição, sem passar pela Câmara”, disse um vereador.
“Inclusive, circula a informação de que já se teria tido reunião com os futuros beneficiados com terreno nesta ampliação do micro distrito. Está tudo muito nebuloso este negócio que acontece bem na véspera da eleição. Isso precisa ser esclarecido, já que há comentários que esta desapropriação seria para levantar dinheiro para campanha”, completou.
Já um outro parlamentar lembrou que tem uma fila de espera há anos de interessados em terrenos no micro distrito e que até pouco tempo atrás o local não contava com o mínimo de infraestrutura.
“Uma triste realidade que só mudou após a Câmara devolver recursos para que a prefeitura investisse na melhoria da infraestrutura local”, ressaltou.
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“Será em que condições as pessoas serão instaladas lá. A gente não sabe. Precisamos saber também quem serão os beneficiados com terreno e qual foi critério utilizado para selecionar”, acrescentou.
Apresentado pela mesa diretora da Casa de Leis, o decreto legislativo sustando os efeitos do decreto de Pátio foi aprovado por 14 votos a zero. Chamou a atenção que na discussão da matéria no plenário, ontem, os vereadores mais ligados ao prefeito estavam ausentes.
“A sustação é uma medida necessária para que possa reavaliar a adequação e a necessidade da desapropriação”, diz trecho da justificativa do decreto legislativo aprovado ontem.
“A medida não significa a negativa da importância do desenvolvimento industrial no município, mas, sim, a busca de soluções mais equilibradas e justas, que contemplem todos os interesses em jogo”, complementa.