Um dia após a Câmara Municipal aprovar um requerimento de afastamento imediato do cargo do secretário municipal de Infraestrutura, Dhyogo Parreira Gonçalves, o prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB), até o começo da noite de ontem, ainda não havia se manifestado.
Pelo que a reportagem apurou junto a fontes com livre trânsito no Palácio da Cidadania, por enquanto, o chefe do Executivo deve permanecer em silêncio e ignorar, já que entende que esta [afastamento do secretário] é uma prerrogativa sua [Pátio], não cabendo ao Poder Legislativo.
Por outro lado, segundo informações obtidas, a Câmara estuda duas medidas para pressionar o prefeito a afastar o secretário Dhyogo, sendo um decreto para ser aprovado na semana que vem ou até mesmo um pedido de abertura de uma comissão processante na Casa de Leis.
“Apesar da aprovação do requerimento, o afastamento do secretário é discricionário ao prefeito. Portanto, ele tem a opção de não se manifestar sobre isso. Contudo, se até a próxima sessão da Câmara o prefeito não tiver afastado o secretário para apurar a conduta dele, o Legislativo tomará as suas medidas”, antecipou um vereador ouvido pelo A TRIBUNA.
Entre as medidas – que seriam em duas frentes -, estaria um decreto, que já está sendo estudado, para obrigar o afastamento do secretário. Para isso, acontecer o decreto precisa ser aprovado por dois terços da Casa.
“Além disso, a Câmara poderá também pedir a abertura de uma comissão processante para apurar a situação, já que existem áudios e testemunhas sobre a ação do secretário, na sua tentativa de jogar moradores do bairro Lili Garcia contra a Câmara”, completou o parlamentar.
ENTENDA O CASO
O pedido de afastamento imediato do secretário municipal de Infraestrutura feito pela Câmara, bem como a sua convocação para comparecer na sessão da próxima semana e a abertura de um processo disciplinar contra ele, foram aprovados na sessão de anteontem, com 15 votos favoráveis e somente um contrário.
A ação dos vereadores é um desdobramento da fala do prefeito Zé do Pátio, na semana passada, que acusou o Legislativo, em um vídeo que ‘viralizou’ nas redes sociais, de estar segurando recursos que seriam investidos em obras de infraestrutura nos bairros da cidade.
Ocorre que, mediante esse fato, um grupo de moradores do Lili Garcia, que seria um dos prejudicados, compareceu à Câmara Municipal para cobrar dos vereadores a aprovação de um projeto para asfaltar o bairro.
Segundo os moradores, eles foram até o Legislativo em razão do secretário da Infraestrutura, Dhyogo Gonçalves, dizer a eles, por meio de um áudio, que deveriam comparecer à sessão para pressionar os parlamentares a votarem projeto do Executivo para a liberação de recursos para a realização de asfalto no bairro. Os vereadores reagiram e agora estão pedindo a sua “cabeça”.