Com o prazo de entrega adiado mais uma vez, motoristas terão que ter um pouco mais de paciência com os transtornos gerados pela obra de reforma da ponte sobre o Rio Vermelho na BR-163/364, em Rondonópolis.
Com a obra em andamento desde julho de 2020, congestionamentos viraram rotina no trecho. Vários acidentes também já foram registrados no local e reclamações de usuários da via são constantes. Ao longo desse tempo, a conclusão da obra foi adiada por várias vezes.
O diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de Mato Grosso (ATC), Miguel Mendes, ressalta que a obra realmente causa transtornos com os congestionamentos que atrasam viagens e ainda elevam o gasto com combustíveis, mas pondera que ela é importante e, por ser uma obra complexa que envolve a estrutura da ponte, realmente é mais demorada.
Ele destaca que vem acompanhando o andamento da obra e se reuniu recentemente com a direção da Rota do Oeste para tratar da questão.
“Fui até o local da obra, conversei com a direção da concessionária. Há muita reclamação pelo tempo em que a obra está em andamento, mas há uma certa confusão, porque a demora na obra não é por enrolação e, sim, porque é complexa e houve problemas diversos, como a enchente do Rio Vermelho que acabou causando danos na obra e prejudicando o trabalho”, disse.
O diretor acredita que a obra deve ser concluída agora conforme o novo prazo estipulado pela concessionária e ressalta que a ponte tinha problemas estruturais graves e com essa reforma será possível ampliar a vida útil dela por, pelo menos, mais 50 anos. Ele pediu que condutores tenham um pouco mais de paciência com os transtornos gerados pela obra, porque essa reforma era necessária.
OUTRO LADO
De acordo com a Concessionária Rota do Oeste, que é a responsável pela execução da obra, a conclusão e a liberação total do fluxo de veículos, neste segmento da BR-364, estão previstas para agosto de 2023.
A Rota do Oeste explica que dos R$ 12 milhões previstos a serem investidos na obra, R$ 10 milhões já foram aplicados. Os recursos são provenientes dos valores arrecadados nas praças de pedágio.
Atualmente, conforme destaca a concessionária, cerca de 30 pessoas compõem as equipes contratadas pela Rota do Oeste e trabalham simultaneamente na fundação (reforço com estacas) e na superestrutura, que compreende a finalização da recuperação de vigas, pendurais e nos blocos.
Ultrapassadas essas etapas, as frentes de obras passarão a atuar na construção da laje junto as barreiras rígidas (New Jersey). Por fim, será realizada a aplicação da capa asfáltica, sinalização e liberação da pista.
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A Rota do Oeste explica ainda que o cronograma de obras teve que ser ampliado diante do impacto das fortes chuvas registradas em Rondonópolis, em fevereiro deste ano
A situação causou diversos transtornos para a cidade e na rodovia não foi diferente, pois a obra da ponte também sofreu forte impacto, visto que toda a estrutura de plataformas que estavam montadas nos três pilares da ponte, assim como ferramentas e equipamentos, foi levada pela força da água.
Além disso, um importante equipamento (perfuratriz, que realiza a perfuração para as estacas submersas) foi arrastado para o leito do rio pela enchente. Diante desse cenário, o equipamento teve que ser retirado do rio e passar por reparos para retornar aos serviços.
PONTE TEM 70 ANOS E PROBLEMAS ESTRUTURAIS
A ponte sobre o Rio Vermelho na BR-364 foi construída, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1953, e conforme a Rota do Oeste é justamente pelo fato da ponte ter sido construída há tantos anos que foram necessárias prorrogações dos prazos de conclusão da obra.
Em setembro do ano passado, a concessionária havia informado que o prazo de conclusão da obra havia sido prorrogado para abril deste ano. Na ocasião, explicou a prorrogação da data de entrega era reflexo da idade avançada da estrutura (construída em 1953), que vai apresentando a necessidade de novas intervenções, conforme vai sendo reestruturada. “Esta é a ponte mais antiga do trecho sob concessão da BR-163/364”.