

O coronel caminhou até o curral
Abriu a porteira com antecedência
Todos saíram em procissão triunfal
Confirmando o sim da prepotência
Escolheram bem o meu escolhido
Vigiados de perto, marcaram certo
Pelo cabresto foram conduzidos
Para seguirem presos neste arresto
Quanta similitude em nossos dias
Com uma boa sacola de esmola
Para quem anda de barriga vazia
A escolha é certa e sem demora
Mas, e se não tem o que comer?
Logo, não terá a quem escolher.
Já que não tem opção, então
a escolha será arroz e feijão.
Não importa a índole do homem
O escrutínio é muito poderoso
diante da fome. Primeiro ele
come, depois escolhe o nome.
(*) Jorge Manoel é jornalista, professor, intérprete e poeta.