
Se eu estiver chorando, calado em um canto,
lágrimas descendo, sentimentos em prantos.
Deixem-me, por favor, nesse meu momento.
Talvez eu esteja apenas compondo um lamento.
Se eu estiver sorrindo, com brilho no olhar.
Com o coração leve, a alma alegre a dançar.
Deixem-me, se possível, viver essa euforia.
Pois pode ser que eu esteja tecendo uma poesia.
Se eu estiver sofrendo, as dores do doce amar.
Remoendo mágoas que insisto em guardar.
Deixem-me, por favor, neste meu sentimento.
A poesia é um abrigo, um doce renascimento.
E se tudo ao meu redor começa a desvanecer.
E a vida se torna um enigma a compreender.
Deixem-me, assim mesmo, viver esse sentir.
Pois sem você, meu amor, nada faz sentido existir.
(*) Jorge Manoel é jornalista, professor, intérprete e poeta