
Nos sussurros da noite, a alma se encontra.
O peso das sombras, murmúrios sem fim.
No íntimo do ser, a dúvida, ali, apronta.
A razão quase se dissolve, perde-se o sim.
O silêncio caminha, serpenteia e avança.
Cada passo é um grito, uma dúvida atroz.
Entre ecos distantes, a mente balança.
Dá-se um nó na garganta, cala-se a voz.
As memórias pulsantes, dor e esperança.
Revelam o que somos, o que não se vê.
Na luta interna, há sempre uma instância.
Onde a paz se esconde, e o medo é o rei.
Sobre as páginas do tempo, a vida dança.
E no silêncio, ecoa o que cala e o que crer.
(*) Jorge Manoel é jornalista, professor, intérprete e poeta