Ao chegarmos de São Paulo
Paramos no Naboreiro,
Antes de ir pro grotão,
Foi o nosso paradeiro.
Nas terras do Sr. Erasmo
Eu ainda era criança,
E aquela encruzilhada
Nunca me sai da lembrança.
Ficamos lá quatro meses
Debaixo de um barracão.
Tirei o brinquinho da orelha
Mastiguei e joguei no chão.
Tinha a pedrinha vermelha
E ainda era de ouro,
Sempre que passo ali
Parece que eu ouço o choro.
Mas levei um safanão
Que quase caí no chão
Porque ele custou caro
E a minha vó tinha razão.
Tenho várias amizades
Lá na vila Naboreiro
E quando vou no grotão
Sempre passo ali primeiro.
Conheci dois pioneiros:
Sr. Patricio e Sr. Cabral.
Que ainda nesse bairro
São respeitados, e tem moral.
Obrigada, Vila Naboreiro,
Por nos acolher primeiro!
(*) Cleunice Lopes Siqueira é poetisa e moradora no Distrito de Boa Vista