
Se fosse eu me afogando, que angústia seria.
Rio Grande do Sul, essa terra querida.
Inundadas paisagens belas e místicas,
na alma gaúcha, repleta de vida.
Seria uma imersão profunda,
nas letras e versos que ecoam.
Nas tradições que se perpetuam,
e nas histórias que se entrelaçam e voam.
O Rio Grande do Sul, berço de talentos,
de poetas, escritores e cantores.
Em cada verso, um pedaço de sentimento.
E em cada palavra, um mar de amores.
Seria como flutuar, ao som do chimarrão,
nas águas líricas de um verso assolado.
Sentindo a emoção a cada grito de galpão,
num abraço forte, de quem ama seu legado.
Seria estar imerso nas coxilhas,
nas estâncias, guardiães da cultura.
Sentir o vento sul, que sopra em trilhas,
revelando segredos e aventuras.
E no fio do laço, no laço do destino,
e no amargo mate, que o coração aquece.
Eu me afogaria na poesia do divino,
e nas letras eternizadas em prece.
Porque ser gaúcho é ser poesia.
Na gaita, no verso, na tradição.
É ser raiz que flui dia após dia.
Em cada rima, em cada coração.
Não sou gaúcho, mas sou seu irmão.
Por isso, de forma singela e amorosa,
quero estender minha mão.
E abraçá-los de forma muito carinhosa.
(*) Jorge Manoel é jornalista, professor, interprete e poeta