(*) Cleilta Vieira
As escolas devem promover valores como o respeito, a solidariedade, a justiça, a tolerância e a igualdade. Entretanto as escolas públicas e privadas têm, entre suas demandas atuais, a questão das múltiplas formas de violência. Desde a violência direta das incivilidades (falta de respeito, grosseria) até a violência estrutural (desigualdades sociais) que perpassa as relações humanas, interpessoais e intergrupais, o cotidiano das convivências escolares pede novas formas de intervenção.
A educação não se limita mais à mera instrução. No século 21, a única educação possível é aquela que entende o aluno como ser humano, com suas possibilidades, limites, diferentes realidades e suas contradições.
A solidariedade é um valor relativo da não violência, que deve ser desenvolvida no âmbito escolar e aparecer nas mais simples formas, nos diálogos desde as classes de educação infantil até as turmas mais adiantadas e ensino médio, se a escola trabalhar com esse nível de educação.
Nesse contexto, crescem os projetos relacionados à educação para a paz nas instituições escolares, valorizando as convivências, entendendo que as relações humanas são essenciais para o aprendizado curricular e dos elementos da educação integral, como cidadania crítica, ética, solidariedade e respeito.
Através da solidariedade o sujeito percebe que pode trocar experiência com o outro, aprende a respeitar as limitações dos seus companheiros bem como as suas próprias dificuldades, mas também identifica que pode contar com o apoio de alguém, caso necessite.
Aliás, o diálogo é o elemento chave que mostra a terceira dimensão da educação para a paz nas escolas, que é o entendimento pedagógico do conflito. Se conflitos são inerentes às relações humanas, entendidos como espaço onde pessoas ou grupos têm perspectivas diferentes, podemos dizer que os conflitos são traços marcantes das instituições educacionais, devido à diversidade da sociedade.
Se a humanidade foi tão fecunda para aprender tantas formas de violência, podemos aprender igualmente a não violência. As instituições educacionais são muito importantes nesse caminho!
(*) Cleilta Vieira dos Santos Silva, é professora da rede Municipal de Educação de Rondonópolis