Não importa se os seus candidatos foram eleitos ou não. Neste final de semana, elegemos prefeitos e vereadores na maioria das cidades brasileiras. Em algumas ainda teremos o segundo turno, mas não tenho dúvidas que reafirmamos nosso compromisso com a democracia.
Um país continental como o nosso (e não é apenas retórica), com uma população diversa e desafios sociais e econômicos profundos, conseguiu se mobilizar em um dos momentos mais importantes de uma nação, quando milhões compareceram às urnas, exercendo o seu direito de voto e mostrando ao mundo que a democracia vive, respira e floresce aqui.
Como brasileiro, isso me enche de orgulho. Precisamos reconhecer que a democracia, com todas as suas imperfeições e desafios, é o melhor regime político que possamos ter e cada vez que ocorre uma eleição dessa forma, fica claro que estamos no caminho da maturidade, demonstrando civilidade e responsabilidade.
Deixamos de ser uma terra onde a instabilidade política era a norma, como ainda ocorre em muitos países pelo mundo. Quem viveu a ditadura e não se apropriou da parcialidade dos seus benefícios, onde a divergência de opiniões era silenciada, o pluralismo sufocado e a vontade de poucos se sobrepunha aos interesses de muitos, sabe que a democracia é imperfeita, mas é o melhor regime.
O simples fato de podermos criticar o governo, exigir transparência, manifestar nossas opiniões livremente, mesmo que contrárias, e escolher nossos representantes, é o maior indicativo de que estamos no caminho certo.
Nós brasileiros, somos muitas vezes críticos em relação ao nosso país. E não sem razão: temos muitos problemas a resolver, desde a corrupção até as desigualdades sociais. No entanto, é importante também reconhecermos aquilo que fazemos bem. E o processo eleitoral é um exemplo claro de algo que funciona em nossa nação.
Em um país enorme e com mais de 215 milhões de habitantes, só a logística de uma eleição como essa é uma tarefa monumental. Mesmo assim, organizamos eleições eficientes, seguras e transparentes.
Nesses momentos em que o debate se sucede sinto orgulho de ser brasileiro. Orgulho de viver em um país onde, apesar das adversidades, a democracia prevalece. Não estamos imunes aos desafios que assolam outras nações, mas por ora temos a liberdade de escolher nossos representantes, de mudar o curso da história e de lutar por um futuro melhor. E isso não tem preço.
Ser pessimista é fácil, apontar o que está errado, o que devemos melhorar e esquecer de valorizar o que temos de bom. Mas o simples fato de sermos uma democracia em pleno funcionamento é motivo de orgulho que muitos cidadãos de outros países gostariam de viver e não conseguem.
Claro que temos muito a melhorar. Não podemos negar as imensas desigualdades e os desafios econômicos que precisamos superar. Inclusive o nosso modelo democrático pode e deve ser aperfeiçoado, no entanto, é justamente essa democracia com essas possibilidades que nos permite pensar e agir assim, de modo questionador e propositivo.
Esperar soluções mágicas ou imediatas sempre é um erro. Mas o processo democrático nos permite cobrar dos eleitos as mudanças que queremos ver. Apenas a democracia nos dá essa possibilidade da escolha e de substituir aqueles que não cumprem suas promessas.
Também não devemos subestimar as eleições municipais. São elas que definem os rumos de nossas cidades, o lugar onde vivemos, trabalhamos e criamos nossas famílias. É nesse âmbito que são tomadas muitas decisões que impactam diretamente nossas vidas.
Pode até parecer chato para alguns, mas é bonito observar os arranjos sendo construídos, os debates acontecendo e o processo se desenrolando. Somos um país jovem, com uma democracia que ainda está amadurecendo, mas que já deu sinais claros de sua força e resiliência.
Neste final de semana, a democracia venceu. E eu, como brasileiro, sinto orgulho disso.
Até a próxima.
(*) Eleri Hamer escreve esta coluna às terças-feiras. É empresário serial, Palestrante, Diretor da GoJob Brasil, business advisor, mentor, Talent Hunter e articulista –[email protected] – www.linkedin.com/in/elerihamer – Originalmente publicado no Jornal A Tribuna – www.atribunamt.com.br