O planejamento urbano, em muitas ocasiões, relega a segundo plano a arborização das cidades. E isso não é diferente em nossa Rondonópolis onde vemos o descaso dos órgãos responsáveis e a falta de conscientização dos munícipes. A arborização urbana está intimamente ligada ao bem-estar físico, emocional e social das pessoas, sendo fundamental para bons níveis de qualidade de vida urbana.
Por meio das características naturais das árvores, a arborização nas cidades propicia sombra para pedestres e veículos, redução da poluição sonora, melhoria da qualidade do ar, redução da amplitude térmica e equilíbrio estético, fatores que amenizam o convívio entre o fator humano e outros componentes arquitetônicos, como prédios, muros e grandes avenidas.
Danos causados a árvores dentro de imóveis ou na via pública são caracterizados como Crime Ambiental. A prática da poda drástica infringe o artigo 49 da Lei Federal, n° 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais): “Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia”. A poda irregular também infringe a Resolução Federal SIMA nº 05 de 18 de janeiro de 2021 que dispõe sobre as condutas infracionais ao meio ambiente e suas respectivas sanções administrativas e dá providências correlatas.
Mas, a quem recorrer quando deparamos com essas podas drásticas, praticadas pelo poder público e com o aval da comunidade? Enquanto os ambientalistas, protetores da natureza como o GRUPO SOMBREAR, CASA DA AMIZADE DAS SENHORAS DOS ROTARIANOS, ONG PROTETORES DAS ÁGUAS RONDONOPOLITANAS E OUTROS, conscientes da necessidade de cuidar do meio ambiente em que vive, de arborizar a cidade, com plantio de árvores, com recuperação e proteção as nascentes e com a educação ambiental junto à comunidade e principalmente junto as crianças e jovens futuros protetores da natureza, deparamos em todos os cantos da nossa cidade com essa triste realidade.
A Educação Ambiental deve ser a preocupação de todos, uma vez que a falta de consciência social e a má preservação do meio ambiente estão levando o nosso planeta a degradação e a natureza hoje, tão sofrida pela ação do homem e que em sua defesa e revolta leva ao mesmo que a destrói, a receber de volta em forma de calamidades como incêndios, tormentas, enchentes, mudanças de temperaturas, etc. A preocupação produzida por esses problemas que são cada vez mais graves afetando cada vez mais o meio ambiente, tem sito alertado pelos ambientalistas. Etc.
Assim, o ato de realização do plantio só em si não garante que o objetivo seja atendido, mas a sensibilização e a conscientização dos gestores, bem como dos munícipes, em especial das crianças e jovens, destacando uma consciência ecológica, promovendo a preservação e os cuidados para que o verde possa não só embelezar o espaço, mas realizar o processo de oxigênio e gás carbônico na atmosfera, fornecendo um ar ameno e fazendo com todos se sintam atores principais na mudança da paisagem e do lugar em que vivem.
Urge a formação de gerações ambientalmente competentes, éticas, críticas, reflexivas, observadoras. Formação de gerações preparadas para questionarem, elegerem, conduzirem práticas solidárias e comprometidas com a qualidade de vida da população.
(*) Deyse Pimentel Lopes é integrante do Grupo Sombrear e da Casa da Amizade de Rondonópolis