“Falar inglês ao vivo deu um frio na barriga” – Luciano Huck, em agosto de 2016
Houve um tempo, no início dos anos 1990, em que o sobrenome Huck não significava absolutamente nada na cultura nacional, em especial no show business brasileiro. No entanto, aos 17 anos, ao estagiar numa agência de publicidade, o jovem Luciano começou a construir uma carreira única e invejável, que já dura quase quatro décadas. Em resumo: sua trajetória é algo que muitos artistas brasileiros gostariam de ter tido.
Nascido em São Paulo (SP) no dia 3 de setembro de 1971, filho de pai jurista e mãe urbanista, Luciano Grostein Huck foi ainda colunista do Jornal da Tarde para só depois, em 1994, estrear na TV Gazeta, migrando mais tarde para a CNT, Bandeirantes e Globo, em 1999. Na emissora da Família Marinho, além do Show da Virada, ele esteve à frente do programa Caldeirão do Huck por mais de 20 anos. Atualmente, desde setembro de 2021, ele comanda o Domingão com Huck.
Ao longo dos anos, graças ao seu talento e à influência conquistada, ele entrevistou (em português e inglês) grandes personalidades brasileiras e mundiais, como o príncipe Harry e o rei Roberto Carlos, só para ficar no campo da realeza britânica e também da música popular brasileira (MPB). No total, ele já apontou o microfone (e, de certa forma, as câmeras) para dezenas de famosos das mais diversas áreas, como o escritor israelense Yuval Noah Harari, autor do best-seller Sapiens – A Brief History of Humankind. Ou completos desconhecidos, até então.
Na emissora do plim-plim, ele também fez algumas participações especiais em outros programas, como seriados e novelas. Entre uma oportunidade e outra, ele foi produtor de filmes nacionais, ator, dublador e teve até mesmo alguns livros publicados. Apesar da agenda agitada como apresentador, empresário, marido e pai, seu nome foi especulado como candidato à Presidência da República em 2017 e, ao que tudo indica, poderá sê-lo novamente no próximo pleito eleitoral.
Uma das personalidades brasileiras mais ativas e influentes nas redes sociais, com milhões de seguidores no Instagram, Facebook e Twitter/X, Luciano Huck tem sido alvo de comentários positivos e negativos na internet e em programas de rádio ou TV por causa de suas declarações e ações dentro e fora da tela. A relação dele com a língua inglesa, por exemplo, melhorou bastante nos últimos anos, mas ela já foi analisada sob todos os aspectos possíveis e imagináveis em um ou outro episódio relativo à sua pronúncia ou uso (indevido) de algumas palavras, expressões ou argumentações utilizadas. Algo que pode ser visto e revisto no YouTube ou no TikTok, por exemplo.
A língua inglesa certamente tem feito parte da vida dele desde a infância, ainda nos tempos de escola. E hoje, como era de se esperar, o idioma bretão ainda o acompanha no palco. A começar pelo seu bordão ‘senhoras e senhores’, que remete automaticamente à batidíssima expressão ‘ladies and gentlemen’. Além disso, a English language aparece explícita ou implicitamente no nome de alguns dos quadros do programa dele, como The Wall, Batalha do Lip Sync (forma curta para ‘lip synchronization’), Mamãe é um Show e Quem Quer Ser Um Milionário? (tradução literal do game show britânico Who Wants to Be a Millionaire?, de 1998).
Na verdade, em cada programa dominical, seja por necessidade profissional (ao falar sobre produtos e patrocinadores) ou preferência pessoal, Luciano fala (ou ouve) pelo menos uma dúzia de words da língua inglesa, dentre as quais estão ‘app’, ‘QR code’ e ‘okay’. Palavras estas que podem servir de início ou continuação dos estudos para aqueles que ainda não têm muita intimidade com o idioma, mas têm o aprendizado da língua de Joe Biden e Donald Trump como uma de suas metas na vida pessoal e/ou profissional. Lembrando que pouco para uns pode significar muito para outros!
No mais, dear reader, para os Brazilians que acham que seu nível de conhecimento vai muito além desse “basiquinho”, eu sugiro que assistam (com o máximo de atenção) vídeos em que o apresentador aparece falando inglês, como aquele de 2016, gravado durante as Olimpíadas no Rio de Janeiro, quando ele participou ao vivo do programa Late Show com Ryan Seacrest, atração da rede americana NBC (National Broadcasting Company); ou leiam seu artigo Brazil Needs a Fresh Start, publicado pelo portal Project Syndicate no dia 5 de fevereiro de 2020.
(*) JERRY MILL é presidente da ALCAA (Associação Livre de Cultura Anglo-Americana), membro-fundador da Academia Rondonopolitana de Letras (ARL) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis.