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Violência sexual infantil: é papel da escola, informar para empoderar

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(*) Simone Rissato

A realidade de nossa sociedade em relação à violência sexual contra crianças e adolescentes, descortina um quadro de desajuste e dor originados da convivência humana que adentrou os muros escolares.

Assim, questiono se: a escola não poderia fazer um papel de empoderamento destas crianças? E, certamente, caros leitores, a resposta é SIM, este empoderamento deve vir da informação, que ensina, orienta e fortalece meninos e meninos no cotidiano escolar, familiar e social.

Este processo de empoderamento infantil vem a partir do ensinamento de como as crianças devem procurar ajuda quando sofrem qualquer tipo de abuso e, neste contexto, o sexual; ensinar o autocuidado que permite evitar os abusos e, especialmente, encurtar ainda mais qualquer distância que possa existir entre as crianças e os professores com relação a falar sobre violência sexual.

É claro, e aqui eu falo por experiência, que todos nós, professores, estamos ávidos por discutir a violência sexual contra crianças e adolescentes em nossas práticas pedagógicas, podendo assim, aclararmos e promover a redução desses dolorosos casos, que fazem sofrer nossos pequeninos e são “páginas negativas da história de nossa civilização”.

Não obstante ao que desejamos, temos a consciência, que em muitos casos nossa forma metodológica de abordagem a essa temática, em sala de aula, contempla a nossa fragilidade de nossa formação inicial e continuada, bem como, a dificuldade que temos em trabalhar junto aos pais e demais familiares, pois, o maior índice desse tipo de violência, em nossa sociedade brasileira, ocorre dentro dos próprios lares, ou seja, onde a criança deveria ser protegida é violentada em seu corpo e sua alma.

E aqui, trazemos dados alarmantes do Ministério Público do Paraná (2020) de que: “O Brasil registrou ao menos 32 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes em 2018”, isto significa dizer, que a cada três horas uma criança ou adolescente no Brasil é violentada sexualmente e sofre com as agruras da dor, solidão e abandono. Infelizmente, precisamos ainda ter a consciência que a realidade é cinco a dez vezes maior do que os casos registrados, isso significa, que a sociedade contemporânea vive um caos de abuso sexual contra a criança e adolescentes. O SOM DE SUAS VOZES E PEDIDO DE SOCORRO ECOAM NA SOCIEDADE E NOS CORREDORES ESCOLARES.

Não poderíamos deixar de falar dos prejuízos vivenciados por esta legião de pequeninos, que sofrem abusos sexuais, sejam estes emocionais, cognitivos, relacionais e de convivência. Pois, nossas escolas refletem que crianças e adolescentes abusados não apresentam o mesmo desenvolvimento emocional e cognitivo no ambiente escolar e, nem mesmo, conseguem vivenciar relações com professores e colegas de modo harmonioso, afinal, a dor desta violência ecoa em suas mentes e suas almas, tendo assim sua infância roubada.

Neste sentido, cabe aqui trazermos que a ESCOLA deve ser um espaço de proteção para crianças e adolescentes marcados pela violência do abuso sexual e, de forma especial, os PROFESSORES PODEM E DEVEM, atuar com respeito, sensibilidade, acolhimento e empatia , discutindo de forma aberta e lúdica com os estudantes, a violência sexual no mundo contemporâneo, de forma a gerar o EMPODERAMENTO destes seres humanos, marcados pela dor e o escárnio do abuso sexual e da violência de toda a ordem.

Por isso, caros leitores, afirmo que o objetivo deste artigo é trazer reflexões sobre a importância do papel de toda a comunidade escolar e, especialmente, dos professores na proteção de crianças e adolescentes da violência do abuso sexual, originando garantias da proteção integral de nossas crianças e adolescestes, a partir de espaços para que sua “voz” e “pedido de socorro” sejam ouvidos e que possamos empoderá-los para transformar suas realidades.

Nós professores precisamos vencer nossas próprias fragilidades em abordar estes assuntos dentro dos espaços educativos e resgatar a dignidade de nossas crianças, enxergando-os como sujeitos integrais, que precisam ser respeitados e assegurados o direito a proteção em todos os aspectos de seu desenvolvimento sendo saudável dentro e fora da escola em seus múltiplos contextos.

(*) Simone Soares Rissato Alves é doutoranda em Educação pela Universidade Regional Integrada-URI câmpus Frederico Westphalen-RS.

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1 COMENTÁRIO

  1. Está claro que podem haver falhas naquilo que é tipificado como violência sexual; tanto na legislação como nos inquéritos ou constatações principalmente sob aspectos emocionais momentâneos. Mas o que aconteceu essa semana em Sinop por exemplo, com um menino de apenas 3 anos, deixa claro que a humanidade e mais ainda, os Brasileiros, deveriam demandar urgentemente a pena de morte para alguns casos como esse. Temos um enrosco social tão grande que além de necessitar entender que não há nada em termos médicos/científicos que possam recuperar “monstros” assim, também não temos ferramentas educacionais. Eu sou pai e a minha dor aqui de longe já seria suficiente para fazer engolir o pênis e arrancar com as unhas o coração de um desgraçado desses.

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