Sara Mikaelle Quezo, faixa preta em judô e com 16 anos de experiência na modalidade, foi a única atleta brasileira a representar o Brasil na competição “Gushtingiri” no Tajiquistão. Sara participou, no final do mês passado, do 1º World Sênior Gushtingiri, realizado em Dushabe, e competiu entre atletas de diversas partes do mundo.
Ao longo de sua trajetória nas artes marciais, Sara acumulou títulos significativos: vice-campeã panamericana, campeã sul-americana, campeã brasileira e campeã paulista de judô.
Além das conquistas esportivas, ela também é reconhecida por seu trabalho social em Várzea Grande, Mato Grosso, onde promove o esporte através de aulas para crianças, jovens e adultos, reforçando seu compromisso com a sociedade.
Convocada pela Confederação Brasileira de Gushtingiri (CBG) e pela Federação Internacional de Gushtingiri (IGF), Sara destacou a importância do apoio que recebeu para participar do torneio.
“Quero aqui registrar meu agradecimento ao presidente da CBG, Sidney Olinto, ao presidente da FMTKUR, Jorge Henrique Godoy, e ao Presidente da LJMT, Prof. Robério Libânio, além dos amigos e familiares que financiaram essa experiência”, declarou a atleta.
“Participar do 1º World Sênior Gushtingiri no Tajiquistão foi uma experiência única e enriquecedora, que vou levar para toda a minha vida. Foi uma honra imensa ser a primeira brasileira a representar o nosso país nesta modalidade, e me sinto privilegiada por ter tido essa oportunidade. Competir em um evento internacional tão importante como esse não só reforça a minha paixão pelas artes marciais, mas também desperta em mim o desejo de promover o Gushtingiri no Brasil, para que mais pessoas possam conhecer e se apaixonar por esse esporte tão rico em história e cultura. Acredito que, ao difundir o Gushtingiri, podemos contribuir para o crescimento das artes marciais no nosso país, mostrando que o esporte é uma ferramenta poderosa de inclusão, educação e desenvolvimento pessoal. Espero que minha participação possa abrir portas para outros atletas brasileiros e incentivar mais pessoas a se aventurarem nessa modalidade que tanto inspira”, externou Sara Mikaelle.
Sobre a modalidade
O Gushtingiri, ou luta de cinturão, tem suas origens no termo sânscrito “kushti”, que significa “cinturão”. Essa modalidade de luta se desenvolveu ao longo dos séculos, com raízes profundas na cultura zoroastrista, onde o cinturão simbolizava um elemento sagrado.
A prática é difundida em diversas regiões da Ásia, recebendo diferentes denominações conforme a localidade: “Kurash” no Uzbequistão, “Kures” no Cazaquistão e Quirguistão, “Kamari” no Azerbaijão e no Cáucaso, e “Kesting” ou “Kestingiri” entre os povos Vakhon-Badakhshan do Tajiquistão, entre outros.
Ao longo da história, o Gushtingiri foi associado à coragem e ao heroísmo, sendo visto como um símbolo de resistência contra a opressão. Poetas e escritores, como Abu Ali Sino (Avicena), destacaram em suas obras os benefícios da prática, incluindo sua aplicação como terapia física.