

No Dia Nacional das Comunicações e data natalícia de Rondon, o Patrono de Rondonópolis, dia 05 de maio de 2020, recebemos pelas mãos da Sra. Maria Bernardeth B. B. Carvalho, a cópia de dois mapas históricos da Fazenda Velha. Trata-se de um presente enviado pelo Sr. Júlio César Goulart para a Coleção Rondonópolis, do Núcleo de Documentação Histórica Otávio Canavarros-HIS/UFR.
Nas inscrições do mapa mais antigo consta “Planta MORRO AZUL, pertencente ao cidadão João Luiz de Carvalho. 2º Distrito da Capital. Morro Azul, 03 de agosto de 1902”, e vem assinado pelo agrimensor Paschoal Olaegui.
No outro a identificação é “Planta do terreno denominado Bority, situado no Município de Santo Antônio do Rio Abaixo e comprado ao Estado pelo Sr. Belarmino Lucas Evangelista. Cuyabá, 23 de dezembro de 1919”. Está assinado pelo agrimensor Octávio Pitaluga. Há dois selos e o carimbo “Tabelião Veiga”, datado de 05 de fevereiro de 1945 e as assinaturas de Cândido Mariano da Silva Rondon, seguidas de outra ilegível e de Francisco de Paula Goulart.
Fazendo uma regressão histórica, podemos situar a casa sede da Fazenda. Fica nas proximidades do Porto 1º de Fevereiro no Rio Vermelho (av. Marechal Rondon). Para aqueles que iam por terra para Goiás, se avistava a montante, do lado direito do rio Vermelho a imponente casa sede da Fazenda Morro Azul, mais tarde chamada de Fazenda Velha, localizada pouco depois do córrego Lourencinho.


Esta fazenda foi ao logo da História sendo ampliada, dividida e desapropriada como revelam os documentos oficiais e contam os historiadores, conforme registrou Carmelita Cury (1973), Luci Léa L. M. Tesoro (1993) e Jocenaide M. Rossetto Silva (2016): pertenceu a Jonas Cândido de Carvalho, a João Luis de Carvalho, a Rondon e aos Goulart.
Na atualidade, depois de tantas e tantas negociações resta a “Casa Testemunho”, de propriedade dos Vetoracio, ainda não tombada para o Patrimônio Cultural do Município.
Do final do século XIX até a atualidade, a cidade se estendeu pela colina, a estrada de terra foi desativada e substituída pela Rodovia BR-364, foram instaladas instituições públicas, o parque industrial, bairros e chácaras, o 18º Grupo de Artilharia de Campanha-GAC, do Exército Brasileiro, empresas de iniciativa privada, condomínios de luxo, Horto Florestal, Hotel, residências, o Cemitério do Lourencinho, o Parque Siriema (agora Parque Municipal) e outras propriedades.
Júlio César Goulart, filho de Júlio Dias Goulart e neto de Francisco de Paula Goulart, é o doador destas preciosidades e a quem o Departamento de História da Universidade Federal de Rondonópolis-UFR agradece pelas contribuições que significam: a História Centenária da Fazenda Velha, que se insere na História do Povoado Rio Vermelho, atual Rondonópolis, MT.