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Família ameaçada?

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A família foi formada por Deus (Gn 2:18-25). Ela é um abrigo e, ao mesmo tempo em que prepara o indivíduo para a vida em sociedade, molda-lhe o caráter e a personalidade, aos pais e mães cabe a responsabilidade de formar cidadãos para a vida.
Segundo a escritora Lya Luft “a boa família é aquela que, até quando não nos compreende, quando desaprova alguma escolha nossa, mesmo assim nos faz sentir aceitos e respeitados. É onde sempre somos queridos e onde sempre temos lugar”.
INTERNET: Todavia, o fato é que hoje as famílias já não são o que eram antes, se resumem a um núcleo restrito onde os pais passam boa parte do tempo fora para prover a casa, enquanto os filhos conectados noite e dia na Internet ficam à mercê de jogos e dos contatos realizados nas redes sociais e nos mais variados sites, os quais determinam valores impõem comportamentos e proporcionam contato direto com drogas lícitas e ilícitas, pedofilia, pornografia e com o crime organizado – a questão mais conflitante na vida em família é saber como disciplinar, controlar o tempo e o acesso à rede.
TELEVISÃO: Enquanto isso, de forma subliminar ou direta, a programação da TV faz quase todo tempo apologia à violência, ao descaramento, ao sexo fácil, a competição entre quem “transa” mais rápido com o professor, ou quem beijará mais rapazes e moças no recreio da escola;  “ficar” é o verbo mais usado nas conversas entre os adolescentes e jovens e estes “ficam” apenas uma noite (que pode significar só beijo na boca ou uma relação sexual) e no dia seguinte não têm mais nenhum compromisso. Não se pensa no futuro e em uma relação mais duradoura e o casamento é visto como temporário e em razão disso tende a durar pouco.
LIMITES: É preocupante saber que os rompimentos de casais aumentaram consideravelmente depois que as varas de família passaram a aceitar o divórcio “sem culpa explícita”, concedendo apenas um período de seis meses de espera. As atuais estatísticas de separação são protagonizadas, sobretudo pela geração criada pela ausência de imposição de limites e de autoridade dos pais, que incentivam a permissividade em nome da criatividade; e tal atitude desencadeia um arsenal de adultos egoístas, indisciplinados, mal educados, imaturos para o casamento, que tendem a se separar precocemente e a maltratar, rejeitar ou até a abandonar os próprios filhos.
ESTILO DE VIDA: Em nome da modernidade vemos um novo estilo de vida penetrar sorrateiramente nos lares brasileiros, dilacerando as feridas e as divisões nas famílias. É nesse clima que pais e mães tentam eximirem-se das consequências das “transas” dos filhos limitando-se apenas a colocar alguns preservativos na bolsa deles, sem contar que muitos pais são coniventes com os próprios filhos quando aceitam que estes durmam com seus namorados ou namoradas em casa, no seio da família, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Também, já há algum tempo os pais desistiram de acompanhar ou ir atrás dos filhos quando saem, e permanecem dormindo em casa iludidos com a falsa noção de que monitoram eletronicamente seus rebentos através de aparelhos celulares entregues a cada filho como sinônimo de cuidado. Sinais dos tempos!
Assim hoje a grande preocupação dos pais reside no fato de a filha estar ou não grávida, no mais o que ela faz ou deixa de fazer nas baladas das madrugadas, nas Raves, nos Bailes Funk, ou em festas afins não lhe é questionado, porque a ordem em moda hoje é “liberou geral” e tem que se divertir mesmo – a inconseqüência é apenas um ingrediente a mais desse contexto de modernidade.
MORAL: Não é segredo para ninguém que os valores da vida familiar estão cada vez mais vulneráveis frente à desagregação moral presente nos lares, na educação e nos meios de comunicação, enquanto o Estado prefere fazer vistas grossas ao problema e não toma medidas plausíveis para eliminar as suas causas. Em resposta ao ônus que a gravidez de adolescentes e de jovens acarreta à família e ao bolso do governo, o Ministério da Saúde simplesmente opta pela distribuição indiscriminada de camisinhas nas escolas, de anticoncepcionais nos centros de saúde, e até mesmo a pílula do dia seguinte já está sendo distribuída sem receita médica pelo SUS – em 2010, a rede pública de saúde distribuiu 513 mil tratamentos, em 2011 esse número saltou para 770 mil, e a tendência é aumentar para poder atender a demanda.
CÓDIGO PENAL: Como vemos a suposta modernidade que maquia a sociedade brasileira avança a olhos vistos e também é uma tendência do projeto do novo Código Penal brasileiro enviado ao Senado no último dia 27 de junho – a ser aprovado por aquela casa e pela Assembleia Legislativa e sancionada pela presidente Dilma ainda este ano – no entender de Gilson Dipp, Ministro do Superior Tribunal de Justiça, esta proposta de lei é “moderna e de qualidade”.
Dos temas destacam-se: a descriminalização do plantio e do porte de maconha para consumo, a permissão da ortotanásia (desligamento de aparelhos e suspensão de medicação para que os pacientes em estado terminal tenham uma morte natural, sem sofrimento) e a ampliação das possibilidades do aborto legal – além do aborto ser permitido legalmente quando há risco de vida da gestante, em caso de estupro e no caso de fetos anencéfalos, como ocorre hoje, será permitido o aborto por vontade da gestante até a 12ª semana quando o médico ou psicólogo atestar que a mulher não apresenta condições de arcar com a maternidade.
ABORTO: O fato é que todos os argumentos para se admitir o aborto, sejam de cunho humanitário ou social são tentativas vãs de mascarar a gravidade do problema, uma vez que o aborto é cientificamente indiscutível, um atentado direto à vida humana, à vida de um ser humano procriado, em gestação e indefeso.
Porém, a questão que não quer calar é por que as autoridades constituídas desse país preferem legitimar o crime de aborto, descriminalizá-lo, ao invés de tentar eliminar as suas causas tomando medidas positivas de natureza humana, social e ética como: planejamento familiar, apoio à mãe solteira, desenvolvimento da instituição da adoção, incremento de correta assistência social, atenção construtiva aos fatores de desagregação moral na família, na educação, na mídia, etc..
CULTURA DE MORTE: Sinceramente, se as propostas acima pontuadas no anteprojeto do novo Código Penal são modernas e de qualidade como afirma o ministro, não há como negar que definitivamente está sendo implantado no Brasil um completo processo de inversão à vida em favor de uma cultura de morte.
VIRANDO O JOGO: Contudo ainda há tempo, podemos virar esse jogo mostrando a nossa indignação e resistência, pressionando nossos parlamentares a modificar os itens do projeto de lei que expressam a citada cultura de morte – o projeto está previsto para ser votado logo após as eleições de outubro.
Outra forma de virar o jogo é proposta pela professora doutora Laci Maria Araújo Alves quando diz que, “é preciso buscar uma reengenharia em nossa vida e em nossas famílias e investir em valores e não em preços” – valores baseados no amor, no respeito, no diálogo, na tolerância, na solidariedade, no carinho.  A começar por se redescobrir o valor do ser humano e o da própria convivência em família.

(*) Luci Léa Lopes Martins Tesoro, doutora em História Social pela USP, Paróquia Bom Pastor/Rondonópolis

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3 COMENTÁRIOS

  1. Por mais incrível que possa parecer, em um regime de ditadura, estou me referindo à militar, foi a fase em que a educação teve mais valor, o professor era referência: era elite.
    Naquela época o povo aprendia a raciocinar desde os primeiros anos escolares. Como pode? Era um regime de ditadura!
    Voltando para os nossos dias de sonhado regime democrático:
    Os últimos governos acabaram com a educação no Brasil, os políticos ora no poder querem um povo “abestado”, como diz o tiririca, para melhor aproveitarem-se da nossa riqueza e do dinheiro público. Para isso, o primeiro caminho é dizer que valoriza a escola e desvalorizar o professor. É uma estratégia diabólica. O aluno está sendo enganado e será um adulto escravizado pelas “bolsas-misérias-votos”.
    Não existe valorização da escola com professor escravizado!
    Outra estratégia diabólica para consumar a lesa à pátria é gastar milhões do erário com propagandas mentirosas e institutos de pesquisa chapa-branca.
    Expressão de pensamento retirada de textos do movimento: “A REVOLTA DAS BENGALAS E DAS CADEIRAS DE RODAS” que gira na net.

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