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Caos na BR-364 deixa marcas em famílias

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–> LIBERADO –> Todos os anos, a BR-364 no trecho entre Rondonópolis e Cuiabá, em meio ao caos do grande e intenso tráfego de veículos, principalmente carretas, contando com pista simples, provoca tragédias e, com elas, interrompem sonhos e mudam para sempre o rumo de famílias. Somente em 2011, a BR-364 registrou, em todo o Estado, 1.784 acidentes, com 828 pessoas feridas e 107 mortes. O trecho mais crítico é justamente entre Rondonópolis e Cuiabá, com grande número de vítimas rondonopolitanas.
Além do prejuízo financeiro, a falta de duplicação, associada com a imprudência, deixa marcas profundas em dezenas de famílias todos os anos. Um dos casos de maior repercussão e de maior comoção em Rondonópolis, nos últimos anos, foi a morte do empresário Mathias Neves de Oliveira, ocorrida em um acidente automobilístico no dia 28 de agosto de 2011, no trecho conhecido como “Farinha de Osso”, com expressivo histórico de tragédias. Ele era bem conhecido e tinha muitos amigos na cidade.
Mathias deixou a esposa Lucinéia Aparecida Fonseca de Oliveira, a Néia, de 51 anos, e os filhos Giovana Fonseca de Oliveira, de 25 anos, e Mathias Neves de Oliveira Filho, de 18 anos. Próximo de completar 01 ano do acidente, a família ainda sente fortemente a perda do sustentáculo da casa. Néia e os filhos receberam a reportagem do Jornal A TRIBUNA na semana que passou e falaram sobre as dificuldades para a retomada da vida e a necessidade da duplicação da BR-364 entre Rondonópolis e Cuiabá.
No acidente, Néia fraturou a bacia, o joelho, o calcanhar, seis costelas e teve o pulmão perfurado. Ficou hospitalizada três meses em Cuiabá, indo parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por três vezes. Inclusive, foi preciso passar por hemodiálise. Já passou por duas cirurgias e, no próximo dia 15 de agosto, está prevista uma nova cirurgia, para a reconstrução dos ossos da bacia. Nesse período todo, teve que se ausentar dos negócios da família. Hoje anda com dificuldades, com auxilio de muletas.
A maior preocupação da família atualmente é dar continuidade aos negócios no ramo de papelaria. Néia e os filhos esclarecem que, ao contrário do que muitos pensam, a Papelaria do Contabilista permanece no mercado, tendo apenas mudado de endereço – ainda na Avenida Amazonas, perto do antigo endereço. Nos últimos meses, os filhos Giovana e Mathias Filho estão começando a assumir a condução da empresa. “O recomeço está sendo muito difícil. O acidente sempre pega a gente de surpresa”, diz Néia.
Apesar da dor e sofrimento, Néia faz questão de reforçar o agradecimento à toda sociedade de Rondonópolis, sem distinção, devido à ajuda, ao apoio e ao incentivo garantidos. Quanto à duplicação da BR-364, ela entende que a mobilização social é importante, mas que também falta mais atitude por parte da população, assim como interesse da classe política. A empresária avalia que os políticos de Mato Grosso não estão interessados realmente na causa, assim como não têm força perante as autoridades federais. Na verdade, avalia que precisa ser feita uma mobilização social com repercussão nacional em torno da situação da BR-364.
Conforme Néia, o governo precisa se conscientizar que o custo-benefício com esta rodovia duplicada será muito grande, diminuindo gastos com tratamentos hospitalares, aposentadorias, pensões, seguros e outros ônus. A filha Giovana observa que a duplicação do trecho da Serra de São Vicente já melhorou a situação. Se a rodovia estivesse toda duplicada, acredita melhoraria 100%. No entanto, criticou o comportamento imprudente de caminheiros no trecho, com ações que colocam grandemente em risco veículos de passeio.
Néia externou ainda que o povo precisa entender que, por mais que pareça que não, ele tem muita força. Nesse sentido, afirma que a sociedade precisa se conscientizar disso e lutar mais pela duplicação da BR. Por isso, enfatizou a importância do papel do Jornal A TRIBUNA de sempre estar mobilizando, cobrando e mostrando que é possível viabilizar a duplicação da BR-364 entre Rondonópolis e Cuiabá, não podendo desistir dessa causa. “Quantas vidas se vão e ficam por isso mesmo. Antes do Mathias, quantos Pedro, João e outros não se foram”, lamenta.

“Ficou tudo mais difícil após o acidente”, diz viúva

Outro acidente na BR-364 acontecido em 2011 com bastante repercussão local envolveu o líder comunitário e agente prisional Osvaldo Barros de Carvalho, de 46 anos de idade, que também morreu na localidade conhecida como “Farinha de Osso”, em Rondonópolis. Ele era muito conhecido no movimento comunitário local, principalmente na região Salmen. Deixou a esposa, cinco filhos naturais, além de enteados.
A viúva de Osvaldo Barros é a auxiliar de serviços gerais Nelma Bezerra de Carvalho, de 41 anos de idade, que mora na Vila Olinda. “Ficou tudo mais difícil após a morte”, analisa Nelma. O acidente fatal ocorreu em 05 de março de 2011. “Antes ficava mais em casa. Raramente trabalhava fora. Ele dizia: quero você em casa, cuidando de mim…”, lembra.
Conforme Nelma, depois de cinco meses do acidente, ela conseguiu um trabalho. Informa que, após mais de um ano da morte do esposo, ainda não recebe pensão. Nelma, que morava apenas com Osvaldo, decidiu trazer para casa a filha Tamara com o genro, para lhe ajudar.
Nelma entende que a duplicação da BR-364 ajudaria muito a salvar vidas, mas ressalta que os motoristas também precisam se conscientizar nesse trecho entre Rondonópolis e Cuiabá. Ela avalia que a imprudência é muito grande. Nesse contexto, diz que há muitas vidas sendo ceifadas por falta de sinalização e imprudência.
As saudades ainda marcam a vida da família. A viúva explica que, quando do acidente, Osvaldo estava vindo de Cuiabá, onde estava renovando contrato de serviço. Duas pessoas ficaram feridas na ocasião, sendo que uma está na cadeira de rodas. “O vazio é difícil de superar. A gente sente muita saudade. A gente vai dormir e sente falta… Tudo que faz lembra da pessoa”, diz.
A favor da duplicação da BR-364 entre Rondonópolis e Cuiabá, Nelma pede para que as autoridades olhem com mais carinho essa rodovia. “A duplicação seria uma segurança para meus dois genros, que são caminhoneiros e trafegam nessas estradas”, repassa.

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  1. Duas alternativas para conseguir de modo definitivo a duplicação da Rodovia BR 364, trecho Rondonópolis/Cuiabá:
    l – interditar, por tempo indeterminado, a rodovia em pelo menos em dois trechos;
    2 – Acampar no Ministério dos Transportes até solução do problema, pois o governo somente entende quando há radicalização. Aguardar a boa vontade dos responsáveis é utopia, pois mais de 20 anos já se passaram e nada.

  2. Ainda vai ficar pior, do jeito que esta tocando esta obra, so existe politicagem e corrupção a olhos vistos.Muitos Matias vão ser sacrificados. Esperamos que os póliticos de nossa terra procurem resolver alguma coisa.Ou sera que vai precisar de morrer alguns deles para que esta rodovia saia do papel?Com a palavra os nobres politicos desta trerra de Rondom.

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